terça-feira, janeiro 30, 2007

o corredor cego

então, vim até aqui e sem ter o que escrever imagino
corro minhas memórias e vou pra outro lugar
aquele é mau-cheiroso, cheio de arrependimentos
e mais uma fuga
olho o horizonte só por olhar
não espero mesmo nada de novo
as mesmas falhas, as mesmas falas
minhas preces de ser feliz ao lado de alguém
que me canta e me ancanta
eu sei, o mundo cotinua lá
e isso sempre foi o problema

sexta-feira, janeiro 26, 2007

tragédia genética (destino?)

e foi hoje...
que eu desisti de ser ninguém
decidi ser alguém para alguém
por que ninguém mais há de aturar
esse velho mancebo
esse nada sem talento especial
só me engano, só me engano
talvez soe mais desesperado do que realmente é
eu já tinha me desistido há algum
hoje foi só o passo crucial
a entrada neste mundo
de aceitar ser mais um
correndo nesta estrada iluminada
dando adeus às trevas que tanto me acolheram antes
um último olhar e me despeço
engraçado que não tenho certeza de colher nada
e o risco de realmente alcançar alguma estação
é a plataforma dos conformados
dos seres (mais ou menos) vivos
da classe média
que passa pelos acidentes se choca
mas sempre de vidro fechado no carro
que aliás tem que ser meu desejo de consumo
é isso, me tornar um pai
ser um esposo
ser trabalhaor
respirar até aguentar nesta sensação de sufocado
e enfim... morrer aos 40!!!
se tiver sorte de chegar até lá.
notícia alarmante:
sigo os passos do meu pai
e como isso me assusta!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, janeiro 17, 2007

1a resolução de 2007

e isso aqui é o tanto
que vou dar por essa banda:
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no more band!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

o monstro vem e balbucia no seu ouvido:
morte morte morte!
o povo clama:
desista desista desista!
pinga baba de tanto desespero
em seus olhos sofrimento
demantelho
desfragmenta minha idéias
e me toma por inteiro
é ódio e redenção
vem subindo e me atiçando
vem como fogo em braseiro
vem pegar a minha mão
me chama de cavalo e me percorre o corpo
sou tomado de assalto
e a partir de então
fico calado e mudo
passa um filme na tv: é comigo
eu fico assistindo
alguém mais me controla
não consigo evitar é bem maior que eu
e meu corpo solta um grito
na boa, não quer ensaiar
- vá tomar no seu cú e chega disso!

gotejar de morte

de vez em quando um lembrete:
olha, eu estou aqui
uma dorzinha fina "só pra não esqueceres de mim"

um gotejar de morte
um sonzinho no fundo bem agudo que incomoda
um recado: um dia isso tem fim


e é isso, continuar a respirar
pra se lembrar
que tudo pode acabar

continuar a lutar e perder
sonhar e sonhar
pra não realizar
só pra sofrer

um desistir de lutar por tantas causas inglórias
por tantas faltas de vontade
por tantas caras amarradas
medos, ódios e crueldades

quer saber o por que de tudo isso?
o que me feriu assim?
ah deixa pra lá, mesmo...
foi só mais um dia ruim.....

foi só mais um dia...
foi só mais um...
- foi só mas?...
- não, foi só... mesmo
- foi?
- sim, foi sim...
foi só mais um dia muito ruim!!!!!

outro tropeço

troque as mãos pelos pés
por vontade de se mandar no mundo
aceite que tudo que vier
é pra te deixar mais confuso
se enveredar em novas viagens
novos sonhos e conquistas
se embrenhar em paisagens
e novas florestas

toda glória que se podia ter foi para o espaço
perdida em soluços, falhas de caráter e descasos

meu mal humor me leva a gritar: eterno sozinho!
jogado do terraço até embaixo, esse é meu limbo

como dizer de novo bom dia vida, minha alma está aberta
se apenas encontro dor, feridas e morte nas aldeias?

semana e mais semana
dia e mais dia
mês e mais mês
hora e.. agora?
meu sonho morreu

sexta-feira, janeiro 05, 2007

um tropeço

é quando volto sozinho para casa que vem
aquela sensação de incômodo,
de querer fugir pro primeiro colo
de pedir aos seguranças do metrô: - falem comigo!
aos mendigos, me abracem
eu mereço ser amado
não mereço ser mal-tratado
ninguém merece se sentir tão sujo e humilhado
ninguém tem que achar que prejuízo é o normal
que o comum é fazer mal
ninguém tem por que passar ser escurraçado
quando todos deveriam abrir seus braços
e abraçar cada pessoa como que abraçando a vida
as possibilidades de que tudo pode dar certo
as rodas podem girar
e as coisas podem funcionar
mas de noite e em tão recente ano
em tão inocente ato
em tão lisa ação
fostes encontrar paredes ásperas
caras bêbadas
conivências e traições
o que se salva disso tudo?
um olhar de moça
um pedido de desculpa pela humanidade das pessoas
quase levanto a minha placa no estádio: - eu já sabia!
mas respiro e sigo como antes, talvez um pouco menos tão disposto
mas sigo!
só que de noite faltam pernas pra correr
olho pros lados estou só e lembro de um verso:
"você vai pra casa, você chora
e tem vontade de morrer"