quinta-feira, maio 24, 2007

o nome do dia é saudade

o nome do dia é saudade
tentei realmente andar como se fosse nada
como se reconhecesse o caminho
essa longa caminhada
mas não, mesmo que eu conheça
todos os monstros deste caminho
que eu saiba, todos os percalços que vou passar
não encontro mais coragem sigo sozinho
resignado e como aquela canção diz "tenho que chorar"
tenho que escrever mil vezes em você
te amo, não me abandone
não me bote ou deixe pra trás
essa velha carcaça cansou de ser abandonada
e ainda incomoda tanto este último ato
tento pensar o porque?
tento chegar a verdades definitivas
mas hoje é só lamento e silêncio
meu voto por fuga
até que resisti bravamente
mau humor, impaciência e desespero
turitas abrindo o berreiro
autoctones criando uma balbúrdia
pelo melhor que pude comprovar estou melhor sozinho
digo isso porque você não está aqui
não é a quantidade de tempo, é a distância
você fazendo das suas e eu lidando com as minhas coisas
atualmente é só medo
medo do seu vício de sabotar felicidade
para continuar vivo
e reclamando calamidades

rasteiro

dessa vez é direto
é um soco certeiro
um job que leva a nocaute
um tiro direto no peito
meus aviões em voo rasante
minhas preces e comoções
tamanho tumulto
e os choros das mães
mas nada disso vai parar a revolução
pegue em armas já é a revolução
seja qual for a sua munição
seja qual for seu emprego
não sobrarão homens ou mulheres
filhos deste tempo
em que se rouba a alma dos puros
em que se desvia verbas no escuro
mas sabe de que adianta tanta vontade
se não sabes mesmo para onde ir?
se a pistola que tens é a mesma do seu pai?
se todos tem mesmo que fingir

chorei... hermanos

os órfãos se agarram em qualquer braço mais carnudo. em qualquer abraço mais confortável. hoje tava lendo um depoimento num blog sobre o fim de uma banda que amo... e chorei. pois é, só faltam umas duas semanas e meu calo já começou a apertar desde já. tinha antes feito meu dever de casa: comprei o ingresso, li as notícias e esperei pensando "um dia eles voltam". sem muita tristeza. os rompimentos fazem parte da vida e é bom já irem se acostumando ouviram? mas meu pensamento que tem asas e vai longe, já foi ao show, hoje pela primeira vez caiu a ficha. eu vou ao último show da minha banda favorita. algo mais perto de ídolo que tenho nestes dias tão cínicos. algo de verdadeiro que sinto por alguém ou algo. passando por cima de toda minha teimosia, meu castelo e minhas paredes. tudo que minha orfandade me restringiu eu conseguia de alguma forma tosca e bisonha encontrar em quatro marmanjos, seres barbados e musicais, mas agora... acabou. serão tres shows e eu vou no derradeiro... se hoje já chorei quem sabe o que será de mim neste dia? estaremos todos mais órfãos deste dia em diante...

quarta-feira, maio 09, 2007

a arte de se reinventar

é isso, passo umas duas semanas afastado reclamando da falta de assunto, tentando resolver os antigos marasmos, colher das mesmas ondas, e servir o mesmo café frio. isso que vem e que fica. chego aqui, fico com medo de me repetir, de escrever sem alma, sem vontade, rejeito qualquer esboço de quadro já pintado. rio dos meus fantasmas presos no sótão da cuca e soltos de madrugada quando não consigo dormir.
minha tia vem se chega e pergunta porque não durmo de noite e trabalho de dia. eu respondo que não é uma escolha. a gabriela nasceu assim e....
ela me corta e rindo diz que eu que decidi isso, é fruto da minha cabeça inverossímil com a realidade. eu que gosto de ficar sem camisa no inverno e me trancar nos verões dentro do quarto. eu adoro nadar contra (balbuciar contra então...), eu cismei que isso é minha autenticidade e agarrei como fator de personalidade
eu digo: é preciso ser um pouco rocha neste mundo. é preciso ser firme também.
sempre falei e repito pra TODOS ouvirem:
eu quero ser normal e me sentir bem aqui...
mas essa é uma questão além da simples escolha, por mais que eu escamoteie meus sentimentos!!!!!!!!!!!