domingo, setembro 25, 2016

24 de setembro de 16 - o fim

Amorinha...

Hoje eu morri pra você
Eu sei disso
ou melhor, eu me suicidei pra você
fui à loja, comprei uma corda e uma pá
escolhi um terreno e cavei o buraco
você assistiu impávida e dizia
- eu não tô acreditando nisso!
e eu continuava...
abri minha própria cova
sorri com meu projeto
não era o que queria
mas meu corpo precisava descansar
outro dia li por aí:
será que quando se trancam no casulo
as larvas sabem que vão ser borboletas?
Ou é só a natureza mandando...
tenho a mínima idéia dos meus passos
apenas que estou mal
definhando a cada piscar de olhos
triste, quebrado, destruído, devastado
e achando que ia precisar de você mais do que nunca

o que eu faço?
Me forço a não precisar de ninguém
nem que atravesse portas
com o cérebro exposto de um crânio arrebentado
planto uma bomba na fundição do prédio
e jogo fora o projeto...

e esse nosso projeto era tão lindo
viver e morrermos juntos...
ou até um dos dois se for

eu fui antes.
bem diante de seus olhos
sou desses: apressado e sem modos
na verdade, eu sou um gentleman
mas as máscaras caem...
eu precisava fazer isso
meu coração claudicante já parava de bater
as horas passavam e estávamos perto das 3 da manhã
e todos sabemos que essa é a hora da besta
dos filmes de terror que nunca assisti,
não posso nem ouvir sussurros de ventiladores
que me cago

diria o Arnaldo
"eu tenho medo
cuspo em tudo
só não cuspo no chão
e nem no violão"


a cada segundo me arrependo um pouco mais de estar vivo....