sexta-feira, julho 27, 2007

amanhã show

amanhã tem show
podia ser melhor
podiam confiar mais em mim
e não jogar os medos todos
em cima da mudança
em cima do novo
porque vento quando vem forte
desaba primeiro as construções
mais frágeis
sendo elas mais novas ou antigas
e eu sou o que sou
sem querer passar em calo algum
não mais dos que eu precisar passar
nessas horas serei tanque russo pós stalingrado
serei bomba em hiroshima
a mão vingativa de iavé
mas até lá prego o meu sorriso no quarto
na parede das moradas
sou canditado a presidente
todo abraço e boa vontade
meu ego adormecido,
deixa ele quietinho no canto dele
que depois paciência será recompensada
e aquela voz chatinha:
- Eu te disse, não disse?????

ps. engraçado como todo esse acontecimento desviou um pouco o nervosismo pré show.
vou ficar calado, prestar atenção aos meus dedos
ouvir e ouvir....
o gigante despertará no show, eles vão ver... ou melhor ouvir depois o que as pessoas vão dizer...
pronto pra ser estrela bruno?
resposta: tem um momento na vida de um homem...

ouvindo e cantando do roberto carlos:
"Não vou mudar, esse caso não tem solução
Sou fera ferida, no corpo e na alma
E no coração"

domingo, julho 15, 2007

as pessoas estranhas

as pessoas são estranhas
reclamam da minha ausência
e esnobam minha presença
são chefes de empresas
mas dão o rabicó para traveco
querem saber da vida alheia
e fecham as curtinas
se matam de estudar
e se esquecem de viver
ignoram as coisas boas como sorvete
para não engordarem e ficam infelizes
aprendem a tocar violão
pra cantar as mesmas músicas que os outros
tem jardim em casa e não comem nada do pomar
se tem pscina no condomínio
vão a praia
as pessoas são estranhas
não dormem de noite
escrevem coisas desconexas
e querem criticar as novelas
riem das tragédias
e chamam de insensíveis quem ignora os pobres
vivem pelo instinto e se ofendem
quando chamados de animal

quinta-feira, julho 12, 2007

são tiago, o baixista

hoje teve um pouco de esperança
de alegria pelos tempos vindouros
de feixe de luz no fim do túnel
boas risadas e bons papos
foi bom e vai ser ainda melhor...

inversão de papéis

eu estou numa de inverter o posto
de desdizer o dito pelos outros
não pode? não deve?
não vai acontecer?
fique me olhando
pelas costas você vai ver
o bom senso que uso
é o meu!
o gosto que me guia
é o meu!!
o bom tom e temperamento
são os meus!!!
apenas isso, eu sou meu horizonte
com os punhos fechados
a boca cerrada
e a alma de lutas
e que venham as pedras

ps. em homengem ao meu set up: um VIOLÃO nacional marca quase desconhecida (marquês), plugado e não microfonado (um ultraje aos puristas) em um amplificador de BAIXO (que deve ser da warm music, tb risível). com as mãos de um guitarrista/violeiro e cérebro de músico brasileiro. ainda vou aparecer na capa da guitar player revirando o rock de ponta a cabeça um dia desses.

domingo, julho 08, 2007

o nome de DEUS e como me sinto (sem parênteses)

Eu (porque todos os poemas, começam com sujeito? E pior, geralmente o sujeito em primeira pessoa. Os poetas não percebem que já falando do mundo estão falando deles mesmos? Que ninguém consegue de toda maneira burlar as regras da opinião na hora de escrever? Não sabem que a cada assunto, termo, expressão, estão dizendo apenasda própria pessoa? Estou convencido que eles na verdade são muito egocêntricos, não percebem que são escravos da sua vaidade. seu orgulho é o) amo (que os obriga a repetirem como papagaios: eu, eu e eu. Taí, boa parte dos escritos seguem essa linha narcisística, quem pode me pessuadir de achar isso lendo a república do platão... ele só queria que os filósofos comandassem os outros, só isso. Toda a nossa base de raciocínio é inspirada nisso, no ego, no próprio. Talvez por isso, tenhamos chegado até aqui neste caos, em que cada um limpa sua própria bunda e dá a si mesmo os melhores presentes. Acabamos o fim do dia pensando que estamos solitários demais. deveríamos pensar mais no outro. Aquela velha pergunta que todos conhecem, se) você ( já fez algo por alguém hoje? Bastaria, na verdade sairmos um pouco do pedestal que colocamos a nós mesmos e vermos que somos um apenas mais um punhadinho pra entrar nesta sacola de grãos. Que nada se realizará senão for demasiadamete frutífero para todos ou para mais gente que apenas um. O único é solitário, é enfadonho, é mono. Em vez disso deveríamos tentar o múltiplo, loquaz, o poli, o vasto. E a medida que as coisas deveriam ter seria apenas a medida do coletivo, do bem maior a todos. como se escreve Deus diante disso tudo? de várias maneiras e de todas elas, essa é a minha resposta final)

libriano?

um olho meu tem miopia, o outro não
um braço usa relógio, o outro não
o meu coração fica no centro
mas parece bater só de um lado
eu tenho duas pernas
mas chuto com apenas uma
meu umbigo fica no meio
mas eu só durmo com ele virado pra porta (quando durmo)
uma buchecha minha tem sinal, a outra não
meu pênis e minhas opniões políticas
pendem pra esquerda
um cotovelo meu tem pinta pra dentro
o outro tem pinta pra fora
um joelho meu tem cicatriz de operação, o outro não
uma das minhas mãos tem unhas grandes, a outra não
...
... pensando bem,
só você meu amor eu uso as duas mãos, as duas pernas
todo o meu corpo e inteligência, pra tocar....
você e a viola

é...., complicado!

mentecaptos e godizilas
destroçam todas as almas
destroçam e corroem
chupam até o caroço
confesso- estou me sentindo meio afrontado hoje
derramo aqui o meu ácido
pra não manchar as roupas dos outros
não há OMO que lave esse meu ranço
acho em dias assim que
não há embriaguês suficiente no mundo
não há também suficiente diversão que me faça
escapulir pelas bordas do meu descontentamento
vamos lá, etapa um: respire e respire
solte os cachorros em cima dessa máquina
escreva aqui aquele "filho-da-puta" que você queria xingar
depois relaxe e comece a montar
sua armadura e máscara
comece pelo sorriso, ele nunca pode falhar
você não vai querer, desmanchar seu disfarce logo de cara
depois, as roupas...
a mensagem é a seguinte: eu sou cool e limpinho!
peça desculpas a sua alma e crave nela a espada final
a jaula das suas manias, os silêncios de si mesmo
e ria, ria de todos os assuntos
como um palhaço bobo
que até depois do enterro da mãe
tem que fazer os outros rirem com ele
pelo menos eu apenas sou mais um dessa orquestra e não solista
meus braços e minha mão são pouco notados
e eu gosto assim
para não ficar muito evidente as minhas trapaças
os meus medos e fobias
então, que se fodam os solistas

melô do homem-borracha

estica e puxa e ninguém nota seu rebolado
pra dar conta de tantos chamados
pra não parecer pras pessoas
como está despedaçado
e elas ainda atiram pedras
e elas ainda buscam suas vísceras
bebem do seu sangue novo
e são incapazes de receberem um não
puxam daqui, puxam acolá
e sorriem durante o ato
esse processo nufesto
e sincero
eles gostam de você
só não deixe encostarem muito
são todos esponja
sugam e sugam
pedem, mendigos de atenção, um carinho
mal sabem que carinho não se mede
não se negocia
se não for de bom agrado e espontâneo...
é farsa
ou melhor, é farsarinho

domingo, julho 01, 2007

genética paterna

eu tenho uma pinta num lugar secreto que só cinco mulheres viram
e apenas três hão de lembrar
tem coisas sobre mim que ninguém sabe
tem dias que me machuca um sorriso de um mendigo por um resto de comida que eu dei
as vezes eu gostaria de não estar mais vivo por momentos tristes que passei
me lembro todo dia de coisas que me pertubam, agulhadas na alma é como chamo
chega a doer a cabeça de desespero
eu tenho uma queda por travestis
eu chorei no enterro da minha mãe, mas acho que não vou do meu pai
tenho medo que minha irmã se torne apenas e mais uma mulherzinha neste mundo
eu fujo dos meus amigos pra não demonstrar fraqueza
eu suo de nervosismo de pensar no futuro, faltam apenas dois meses amada
meu caso mais velho é com a tristeza.... tenho medos a noite de fantasmas e de sensações
as vezes eu choro escondido viajando em cenas de morte
eu tenho cáries
comprei uma viola pra não tocar mais guitarra
já escrevi um livro que se perdeu
já inventei histórias que morreram
mas é no final do dia, por volta dessa hora que por mais que eu ande
por mais que eu corra, por mais que eu finte meu drible mágico e secreto
me vem derradeiramente essa certeza
mais uma vez sozinho e perecível
escrever aqui me impede de ficar louco
(ou pelo menos é o que acho, lutando contra a genética do lado paterno)