quinta-feira, junho 21, 2007

cruzadas da alma (entre pessoas)

Tanto eu fiz...

já busquei água com a perna quebrada
queimei os dedos em tentativa de resgate
enguli a mim mesmo morrendo em silêncio
renunciei os prazeres da carne

vesti armaduras desconfortáveis
senti frio a noite sem lençol
acordei e comi sem fome
corri e suei em vão

ri das mesmas velhas histórias
respirei quando fui xingado
e quando me botaram no pau de arara
não traí nenhum dos meus amados

para quê?
só sabem reclamar minha ausência
apontar minhas deficiências
a magoar quem não devia ser magoado

tanto eu fiz...

previsão do tempo

Você se esquiva o dia todo. pensa em adotar gatinhas, olha para o outro lado, fecha os olhos em traillers de filmes de terror. pensa em histórias tristes, foge de casa e se esconde em seu casulo. come sem subterfúgio. escala paredes e senta, escolheu a sua caverna. seu trono nesta escuridão. uma parte de mim quer matar todas as outras... coisas que se mexem perecem, todos merecem ser buscados pela írmã encantadora do Sandman...

Por que este não nos pega a todos, como esse puto me rejeita e como eu quero vingança. a ignorância me deixou aqui preso, sem vontade ou com tantas que não posso simplesmente sair por aí eliminando e concretizando ("fullfilizando").

Meu ego é vítima da peste, essa que todos os humanos espalham. são todos ventiladores da mentira, do ódio, do cinismo, da solidão e rejeição. desabam dessasbores a cada passo e me vejo aqui querendo colo e ficar sozinho. não gosto que ninguém tenha pena de mim. NÃO GOSTO! fico tão envergonhado por me sentir tão fraco que cometo um pecado, me finjo de forte e rio de todos nós desgraçados.

Pessoas que a maldição cruzara seus destinos. pessoas que tem aquele olhar. é desespero. e depois? fuga. ratos fugidios à noite. meninos que mal saíram das fraldas. mais uma vez: - ô vida desgraçada!

Sintamos a vida, pensemos as razões. por que tudo isso? se são transformados em desprazeres e lamentos. meu terno guardado por pós e baratas. minha melhor cara, escondida. meu tesouro no cofre dentro de um baú. e minha vida e pensamentos corrosivos são líquido descendo ao monte... e descendo aos montes. qual a previsão do fim de semana? piora e piora. mais chuva mal recebida enquanto lembro outras vezes de quando fez meus olhos ficarem molhados

quarta-feira, junho 13, 2007

no hay banda

acordo com uma dor no pescoço de chorar, por causa dessa incômoda filha da puta, não consegui dormir direito. de noite tive sonhos de fezes e menino sem braço. estranho. olho pela janela, penso: finalmente um belo dia no Rio. as nuvens se dissiparam, hoje é dia dos namorados, eu vou ver minha gatinha logo mais. então pra que mal humor?

exceto pelo fato de que dormi nem três horas antes e que fui acordado pelo telefone...
não me dei por vencido, esse velho tigre já enfretara batalhas antes. homens mais sábios e destros tentaram arrancar meu couro e eu estou aqui, eles não.
toco a música que fiz para a amada, me diverto com suas pequenas bobagens, dou um desconto de tanto ranço, abro os braços e digo: venha o dia.

saio de casa, compro carinhos, pensando em shows da semana. pensando em minha mais recente descoberta violonística. enfrento filas com paciência de Jó. hoje eu não vou me render... foda-se a conta que tinha de pagar, as compras de supermercado que tinha de fazer... eu vou viver um pouco por hoje.

esqueço do meu saldo e saio por aí galopando minha felicidade. lembro que há um ano foi o começo do fim, eu em tanto carinho e outra acenando em tchau pra mim. mas balanço a cabeça e bola pra frente... em boa companhia me esqueço de tudo, ela me alivia, me faz sorrir, só rir...
e eu apaixonado abençoo a vida. obrigado deus por estar vivo...

de noite chego em casa e descubro que meu presente, um dvd, não roda... tdo bem é só trocar, minha princesa me faz esquecer disso também... releio um livro no meio da rua, envengonhado e puto... me chamaram de viado e riram de mim... enquanto espero minha cherry, fecho os olhos para o mundo: venha vida mas venha devagar, please.

saimos, mais momentos de pura e infinita felicidade, a deixo em casa e volto solitário pra casa. algo insiste ao longo do dia inteiro em me deprimir, me chamando de volta a terra. volto de metrô e penso em minha morte. viajo em poder dizer adeus aos queridos. viajo em contos tristes passados. tento mesmo fugir disso. penso nos shows lindos que fui, mas não consigo...
saio da estação e passso pela farmácia onde comprei fraldas com uma fantasma há quase um ano... pára de pensar nisso bruno!!!!!!!!!

o onibus demora a passar e quando chega o motorista acha que eu em pé esperando o troco sou uma espécie de bandido assaltando e fazendo mal à trocadora. quando vou descer do ônibus em meu ponto o sujeito arranca com tudo, atropelando meu cotovelo... penso: isso vai ficar roxo, mas foda-se hoje eu vivi com minha ninfa um dia feliz. chego em casa vejo vestígios de festa, drama e tristeza no prédio, algumas histórias acabam mal, tadinhas das pessoas que as vivem.

entro no meu quarto ligo o computer, penso em comer antes de ligar pra namorada. enquanto como rio de felicidade pelo dia, pelas lembranças, entro na internet e vem a bomba:

extra extra, no hay mais banda,
o último que sair apaga a luz, o baixista ausente se retira de vez
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preciso de um analista




pensando em duas músicas:

"calma tudo está em calma
deixe que o beijo dure
deixe que o tempo cure" - do moska


e

"diz quem é maior que o amor..." los hermanos

e enquanto escrevia veio também:

"this is what you get when mess with us
for a minute there i lost myself" - do radiohead

terça-feira, junho 05, 2007

cenas do dia

3 da manhã. a cabeça explodindo. acabei de tomar uma aspirina. parem pensamentos, a medicina mandou, vcs tem de ouvir. hj acordei com uma ansiedade de não sei o quê... os olhos não paravam, a boca secava, os braços queriam fugr da coberta e enfrentar o frio. queria gritar, mas estava com preguiça. tava mui frio (e eu merecia descansar um dia pelo menos) para ir ao banco. de manhã a missão: faça um favor a namorada, acordado antes por um anuncio no telefone (maldito itaú). redação em uma hora e meia. me lembrei que eu gosto de escrever. saiu tão naturalmente as palavras. quindins escorregadios. mais tarde a bomba. amigo está com uma nuvem preta sob a cabeça. pé de pato nele, gente. e no alto do desespero eu e mais um somos os que sobramos. empatia filha da puta me senti um pouco mal pelo meu cinismo costumaz. e sincero sentimento de amizade e preocupação surgiram. corta para alguma baixa de esperança com a desordem e desencontros. da facilidade com que se deixam coisas importantes se tornarem trivias e esquecíveis. sobe a esperança pela voz da namorada e histórias de piratas. desce um pouquinho de novo pelo descaso com que meus convites e intenções foram tratados pela amiga. sobe um pouquinho de novo pela namorada...
mas tudo desaba diante dessa dor de cabeça federal
eu realmente preciso fazer outros óculos
isso vai custar uma grana
e eu já gastei tanto dinheiro por esses dias
mas venho protelando isso há tanto tempo
já nao dá mais
ai, maldita cabeça pára de doer
PORRA!!!!!!!!!!!!!!!!!