quarta-feira, agosto 31, 2011

Deveríamos renomear a Barra da Tijuca


Pensando bem, nós deveríamos renomear a Barra da Tijuca. Há tempos ela deixou de ser qualquer coisa da Tijuca... vizinha, comadre, tia, quicá barra. Vide a extensão do metrô que vai chegar à essa área da nossa cidade. A linha que vai chegar por lá é continuação da Zona Sul e não da parte da Tijuca, da Saens Peña. O que aumenta esse caráter de que a Barra da Tijuca, não tem mais nada a ver com a Tijuca.

Sendo assim, deveríamos renomeá-la. Eu sugiro mudar para algum nome que tenha mais a ver com suas características. Ah, mas aí que mora o perigo. Será que os moradores vão querer viverr num lugar chamado "tráfego intenso"? Ou então "multidão de playboys"? Ou ainda, "cinturão da mediocridade"?

Por todos esses e mui mais motivos devo dizer que odeio a Barra. Lugarzinho superpovoado de carros em que a locomoção se dá a 20km/h. Chega a ser irônico ver tantos carros possantes, talvez os mais potentes do Brasil inteiro, se tirarmos uma média carro/pessoa, terem que andar na velocidade de um Jabuti.

Deus e suas ironias....

Mas ainda, há os que vão querer nomes melhores, tentando salvar a barra da Barra. Talvez um “praias pouco poluídas pelos prédios” – reduzida a “P5”, ou então “aqui só mora quem tem dinheiro porque tudo é caro” - o famoso pague pra entrar e reze pra sair.

Sinceramente, acho que devemos aproveitar a chance enquanto ainda a temos em nossas mãos. Enquanto tivermos esse poder, devemos usá-lo e renomear esse lougradoro pra lá depois da Gávea. Afinal, logo logo essa área mega-poli vai tentar se separar da cidade do RJ, fundando a primeira cidade movida e sustentada economicamente por shoppings no país.

terça-feira, agosto 30, 2011

desista (para maiores de 18 anos)!!!

ando sem forças
em desgosto
me perguntando pra quê tudo isso
por que tanto esforço?

vivo cansado de noite e de dia
tombo do alto de minha agonia
viver e viver e viver
e não saber o que é alegria
só há acalento entre as chibatadas da vida

posso parecer meio derrotado
mas meu sorriso largo
faz os outros pensarem ao contrário
é riso de nervoso, de um prostrado
cada manhã decido se fico ou se caio no mato
cada noite me chamam meus amigos desesperados
podemos te dar um abraço?

como tempos que se vão
cadê minha parte dessa ocasião
sobraram restos de uma refeição
fria, sem prato e jogada ao chão

eu de joelhos lambendo essa proteína
mas meu caro, não foi sempre essa sua sina?
de quatro levando nas quinas
com a alma desistente e vontade diluída.
Bruno, desista
e hoje nem há o conforto das meninas.

meu próximo verso é meio Bukowiskiano
já aviso logo, é preciso estômago
se não tiveres, eu lhe peço meu anjo
saia de manso
e deixe a página em branco
.
.
.
.
.
.
.
.
.
procuro um alívio que nenhum remédio pode me dar
um ombro, uma chupada, uma tarde ou um luar
se drogas funcionassem eu optaria em ficar
bobo, babão com os pés a levitar
anestésico mesmo pra esse mal estar
só conheço um e não ouso nomear
falar seu nome traz azar

então viro de lado
e busco um auto afago

dizendo letra por letra
levo minhas mão à esperada punheta

nada como um pífio sopro de vida
se eu fosse o macho que meu pai queria
esses meus filhos estariam
agora numa barriga vazia
mas nem isso me salvaria


sábado, agosto 27, 2011

novas Hiroshimas


arreda o pé Nova York
que está por chegar uma tormenta
enquanto Wall Street desabona o mundo
o mundo revida em forma de vento
eu que entendo de câncer na veia
revistas e tulmutos lhes digo
boa sorte com as próximas colheitas
seus jovens perdidos
o que semeará uma fúria e catástrofe?
sangue e mais guerras
dedos nervosos correndo aos gatilhos
espero que não,
pois esse velho senhor de tudo tem de nos dar alguma explicação
fazer suar nossos poros pelo bem de um espetáculo?
espero que não
eu me contenho e enxergo
esses vícios malditos
talvez quisesse ser um alcoólatra
pra calar minhas noites
pra fazer cessar meus pensamentos
de mortes vindouras
mais guerras, novos Hitlers na Europa
meu CD que está por vir
meus anseios e amigos
deitado neste vazio
tentando parecer aos outros
um pouco do que eles querem
tentando negar minha vontade de sair por aí
e dar de comer ao meu animal interno
por isso eu temo,
o que vai impedir essas novas almas
criadas e forjadas na lama
desses atos violentos?
pois os meus traumas me fazem não dormir de noite
e me enlouquecem aos poucos
mas os deles...
ah os deles geram... novas Hiroshimas...

terça-feira, agosto 23, 2011

carinho, vai?

Eu sou um rato
pego no ato
invadi a sua casa
e deitei na sua cama
me sentindo desconfortável
mas pera e para
acorda desse drama

Eu dormi e tive um pesadelo com você
entrava na sua casa sem saberes
deitava na sua cama sem o porquê
talvez eu quisesse só matar as saudades
ou então te ver

mas adormeci na sua cama
me levantei esquecendo tudo que houve
que não há mais chama
neste casebre enferrujado-cobre

eu fiz minhas escolhas
e reagiu indo às suas
são nessas horas
que falta quem assuma

enfim, levantei e fui ao seu banheiro
a porta estava escancarada
agi como se estivesse sozinho
quando ouvi a sua voz embargada
que fazes aqui menino?
vamos conversar na sala.

eu assustado e muito envergonhado
sem saber como aquela situação se dera
arrumei o cabelo desengoçado
e botei o rabinho entre as pernas

queria te explicar o que nem eu sabia
que há mais forças no mundo
e que o invisível e indizível me conduziam
que eu estando ali já mostrava tudo

mas você usou seu direito e me fez confessar
eu sem jeito queria chorar
a saudade sem efeito, me fez ir lá
no seu apartamento, só pra te olhar

e em cima da sua pose, rainha de todos os poderes
me enxotou pra fora da sua vida
dizia ser definitivamente
dizia que foi escolha minha
eu que pague daqui pra frente
e eu dizia
você não entendeu a minha mente

nunca quis seu mal, sempre o seu bem
não te quero pra mim
como não quero ninguém
te quero feliz
como quero outrem,
e se por acaso leres isso
meus parabéns!

antes de tudo, eu te digo
feliz anivesário,
que bom pelas suas conquistas
pena não poder te dar um carinho.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Quem disse que os pássaros são livres?

Quem disse que os pássaros são livres?
eles também precisam lutar contra a gravidade, como todos nós
talvez por serem melhores sucedidos nisso nos pareçam voar
mas todo pássaro tem de pousar um dia

Quem disse que os pássaros são livres?
eles também tem de sustentar seus ninhos
todos os dias seus filhotes pedem comida
e eles precisam caçar para alimentá-los.

Quem disse que os pássaros são livres?
eles acordam de manhã e vão a luta
não sabem se voltam, como todos nós
suor ganho a cada dia

Quem disse que os pássaros são livres?
todos eles tem de enfrentar a propria mortalidade
e a única possibilidade que sabemos de nos eternizar
é através de nossas possíveis crias ou não.

Quem disse que os pássaros são livres?
se eles dormem, cansam, caçam, vivem, respiram e morrem
como todos nós

quem disse que os brancos eram livres?
ou os homens?
ou os Homens?
talvez uns sejam mais livres
ou melhor, menos presos
pois até hoje
e enquanto houver essa carcaça que nos prende
esse corpo pesado
cheio de regras e dúvidas
na qual a única certeza é a morte
até lá, estaremos todos condenados
somos todos aprisionados
nesta gaiola: vida!
e estaremos para sempre
com os pés presos ao chão.

sexta-feira, agosto 05, 2011

somos todos, nós

talvez o que me mova seja essa dúvida
se tentamos com tantos tornozelos
quem vai ter caxumba
se é tratado a tanto zelo
pra quê derreter na chuva

mas somos todos nós
desatados e sós
seguindo na penumbra
de sonhos tolos
esperando virarmos pó
com bons agrouros

é engraçado que quem me conhece sabe
eu sou impulso, elástico e carinho
eu sou fome e há quem me babe
mas sou muito sozinho

não há quem me acompanhe ou cale
essa necessidade que carrego comigo
de ver no mundo um entalhe
que seja meu e de meu espírito
e que pareça que nele se saiba ou ache
algo que realmente faça sentido