sexta-feira, março 31, 2006

bem e um sorriso na cara

eu estou bem
diz a minha cara de mundo
eu interpreto-a muito bem
eu me ocupo
com os problemas dos outros
tento salvar a humanidade por que eu
estou sem salvação
eu sou o jardineiro que se levanta de manhã
pra cuidar do seu jardim
e nem se olha no espelho
eu passo a tarde segurando o seu cabelo
enquanto você vomita essa vida
e me esqueço um pouco da minha
magoei e magoei todos
vim perdi e destruí
mais uma vez me espanto
tem gente que gosta de mim
loucos!
se afastem!
área tóxica, radioativa
novo chernobyl, bomba H
cloros nas veias
e césio 137 comestível
todos avisados,
não ligo mais pros seus incômodos
são todos grandinhos
(na verdade eu ligo, mas é segredo)
estar vivo é ter potência de machucar os outros
andamos na calçada com medo de sermos atropelados
enquanto batemos uns nos outros
encostamos e deixamos marcas
somos terríveis
na verdade, eu é que sou
essa culpa é só minha
vocês não tem nada a ver com isso
vão embora e se esqueçam
e voltando à minha cara de mundo
lhes digo:
vivam as suas vidas em paz
e não se aborreçam com coisas
que não valem a pena
eu estou bem!

quarta-feira, março 29, 2006

in the end

é o fim....
.
.
.
.
.
.
.
e esse gosto amargo de morte
a companheira solidão
e esse corpo lançado à sorte
da vida sem sentido e emoção
.
.
.
.
.
obrigado e boa sorte!
.
.
.

"And in the end
The love you take
Is equal to the love you make" -beatles

quase... enfim

sua última mensagem
foi eu te amo
sem ironias sem pedidos
rendida e sem armas
é assim que deveria ser sempre
assim que todos nós...também

por isso te conto a verdade
você é maior do que eu
muito melhor
eu não te mereço
e fugi com medo
eu sou um mendigo
com a perna leprosada
e você, a distribuidora de sopa
é claro que eu tinha de te amar
mas eu me odeio cada vez mais
por aceitar essa condição
por isso fugi
sozinho, eu sou um merda
sem remorços
e sem envolver outras pessoas
inocentes
nesse teatro
nessa tragédia
sem comédia
em que já estão
(graças a deus)
acabando os atos

desculpa

desculpa-me
desculpa vida
o presente que me trazes
é dos mais bonitos
só que não cabe
não cabe mais
eu mudei,
estou tão envergonhado disso
mas isso é a vida real
farinha pouca
o meu pirão primeiro
na verdade, nem é assim
por você eu quase morreira de fome
na verdade, acho que
por qualquer um
o problema minha cara
sou eu
eu te trouxe minha maldição
que nunca deveria ser
dividida com ninguém
esse peso só eu devo carregar
só eu devo saber
porque eu conto pros outros
e eles diminuem minha dor
acham que aguentam repartí-la
mas eu é que sei
esse vazio que sou
e que interajo toda vez
que estou acordado
à eles só um lema:
"a ignorância é uma bencão"

perdão

perdão por te enganar
te fazer acreditar em ilusão
mas se toda nossa energia se consumiu
foi em vão

perdão por me enganar
me fazer acreditar em ilusão
mas se nós não vamos acreditar em nós
pois eu lhe digo agora:

você foi a última
minha eterna dama
primeira e única
derradeira fronte

que me deixei amar
os últimos beijos
a quem eu quis me entregar
e agora não tem mais jeito

terça-feira, março 28, 2006

driblando destino

balance a cabeça para o lado contrário
revire dessa história o gosto amargo
de sangue e lágrimas
misérias expostas
em todas as salas

é quase impossível esquecer de um menino de rua
ele disse
é quase improvável que se viva feliz
eu pergunto
mas por que continuamos a nos esgueirar nesse funil
a nos selecionar nesse darwinismo inatural
a beijar o chão de toda nossa derrota
e esquecer pequenas vitórias
lembro hj da minha medalha de prata
foi a que eu consegui ganhar mas foi minha
eu bato no peito
não por que eu sou o melhor
mas por que eu sou
hoje eu tenho essa certeza
essa consciência de mim mesmo
sou erros e acertos
me vanglorio e me desastro
por que eu posso
sou tão senhor de mim mesmo
e ás vezes acho que posso enganar o destino
.
.
.
é geralmente nessas horas que me fodo

segunda-feira, março 27, 2006

luzes das favelas

não há nada mais bonito
do que as luzes dos barracos
acesas nas favelas

toda noite uma luta
contra o breu social

em cada casa uma história
de sobreviventes
o orgulho e a certeza

o dever do povo
é lutar por sobrevivência
o único dever do povo
é lutar pela sua sobrevivência

viva os poetas

é aqui que me dissolvo
pedra em sal por força d'água

me liberto invisível
do meu eterno ser cativo
um mal engendrado casulo
frio e úmido

cingir com trenas os mares
burlar frestas e mentes
aquecer sob o asfalto
liso em encostas íngremes

e num arroubo de intransigência
me jogar em frente ao foguete
e peitar Saturno
que esse mundo
não cabe mais em mim

assombrar sonhos
com saudades
parece ser
minha especialidade

partir, fugir, ir
é um começo infinito
uma ação, um movimento
respiração para manter-se vivo
é igual
e sempre será
a continuar escrevendo
e continuar
e continuar...

extremos e paradoxos

e se sou eu que rimo protestos
com declarações de amor
tentativas de suicídio
de alguém que nunca se embriagou

vivendo mulambo e feliz
abandonado e contente
sabendo o que faz aqui
perdido e carente

misturo solavancos com perdas
misturo solavancos com pedras

queria ser normal
me sentir bem aqui
mas são tantas faces
que ninguém me entende

fugindo num ritmo alucinante
o que antes era paisagem
hoje toca os transeuntes
assistem um filme com tantas imagens

vivendo mulambo e feliz
abandonado e contente
sabendo o que faz aqui
perdido e carente

misturo solavancos com perdas
misturo solavancos com pedras

queria ser normal
me sentir bem aqui
mas são tantas fases
que ninguém me entende

sábado, março 25, 2006

esquecido pelo sandman

eu queria não ser insômine
queria sentir sono e dormir
não ficar como um zumbi
vagando e vagando
sem saber por onde
queria agora mesmo
deitar meus cornos no travesseiro
e só saber o que é preocupação amanhã
ou melhor, hoje mais tarde
e quem sabe, descansar
ai, isso é um sonho
literalmente
e pensar que tem pessoas que dormem
12 horas seguidas
como as invejo
morram todas vcs
suas desperdiçadoras do sono alheio
por que vcs dormem
graças ao sandman
eu sou o esquecido dele
ele olha pra vcs e esquece de me levar também
a história da minha vida
esquecido, abandonado e deixado pra trás

o zero a esquerda

um posto,
de salvador da hora
de menino-prodígio
a vampiro
em um ato
de desagravo
melancólico são os meus passos
agora que sei
eu vou ser sempre pesado
medido e escurraçado
sempre deixado de lado
êta vida de zero a esquerda
esperando que alguém me queira
que alguém me guarde
e me livre disso tudo

mais um pouco de veneno

mais um pouco desse veneno
mais um pouco de escorrer pelas bordas
de coletar o que sai do forno
e só comer o que cai das travessas
de tão cheio esse ódio
essa tristeza, e
mais do mesmo
a solidão
de tão vazio de abraços
carinhos e bons pensamentos
um carinho caia bem agora
mas só se eu esbarrar em alguém na rua
reaprendendo a conviver mais comigo
esse eterno grito
esse gemido
que ouço é de mim mesmo
e chega aos meus ouvidos
não encontro abrigo
só demolição
só solidão
eu sei,
tudo o meu erro
de passar vergonha
de querer ser ermo
e de vagar à toa
não me prender em ninguém
em nada e por nada
nem por mim mesmo
que é o último dos meus desafetos
o nome de cima da minha lista negra
que seja
quando enfim acabar com esse aí
tvz encontre a rendenção
que nunca consegui
nem na morte dos meus inimigos
nem nos braços dos meus amores não vividos

quinta-feira, março 23, 2006

minha eterna companheira

um ronco
e o gosto amargo de coisa morta
entendo mui bem os vegetarianos
essa carne mal-passada que se esgueira por aí
acha que está certo em ser egoísta
caralho, cada vez tenho mais asco de mim mesmo
eu sou um vômito ambulante um trambolho esquecido
e aquela luz piscando perto do fim
quer saber quem pensa mais em morte?
aquele que sorri a cada instante
da vida sinistra
eu que me tornei o que mais me arrepiava
eu fugi, e fugi desse rótulo
desse formato e aqui estou descalço
e de joelhos, rendido com uma em minha direção
se me mantiver nesse curso serei mais ainda meu ódio encarnado
veja o que aprendi nesta vida:
roubar muito acaba bem
é preciso mentir pra sobreviver
se quiseres ficar sozinho arrume uma companheira
se quiseres algo não o terás assim,
será amargo, algo que te deixe com uma vontade de voltar atrás
aprendi a ter muto medo da vida
essa deusa vingativa
e minhas únicas armas são o cinismo e a falta de moral
que nem me são pesadas e ninguém desconfia
só sentem mas aqui, nesse mundo vulgar
não se tendo provas
é aceito qualquer fato revisado
qualquer versão
vira consumada se bem defendida

veja, até tem pesssoas que acham que gostam de mim
eu, o quase príncie da baixeza moral
afasto pessoas e reclamo solidão
sinto o mundo perdido cada hora desgraçada que respiro
e sou incapaz de dar uma esmola
sem achar que estou sendo enganado
não boto uma bala na cabeça por que ela já está cheia
e essa noite quem me embala?
quem dará colo a essa trouxa de mal elementos
quem? eu pergunto
há de me dar uma paz
pelo menos essa noite eu precisava muito
mas o mundo dorme
na frente do computador
só eu e a solidão
minha eterna companheira

a que pariu

foi por esses dias que vc morreu
nem te digo como me tocou
vc deve saber
ouço do john:
"my mummy is dead"
e penso:
somos dois caro amigo
estamos tristes e sozinhos
o que me faz mais falta
eh não te mostrar no que me tornei
das minhs vitórias
e onde cheguei
meus convivas reclamam tanto das suas próprias
e as vezes eu me seguro muito pra não dizer
aproveite em quanto há tempo
todos vamos morrer mas precisava ser tão cedo?
vc me criou e eu fui jogado no mundo
agora, e mais do que nunca, sem tempo
para as dúvidas e muito menos
para os erros
e eu não consigo explicar
tamanha falta que me traz

domingo, março 19, 2006

big t

não esqueço da tua boca
preciso dizer isso
ela eh mui gostosa
estou revirado por dentro
de tanta vontade
sou eu que quero passar a noite com vc
e te beijar muito
entrar nessa boca de abismo
e me derreter nessa tua língua
de vulcão

gostosa! boca gostosa!

meu deus que vontade de agarrar você
te fazer em sofreguidão, com raiva, aspereza, delicadeza e emoção
subir nos teus esquadros e desenhar curvas na
sua imensidão
ser arquiteto e pedreiro dessa obra
e a marretadas, e beijos bem voluptosos
te explorar pq quero ser um astronauta em tuas terras
te desbrandar floresta a dentro
em expressão canibal: te comer e ser comido por vc

sábado, março 18, 2006

uma e única resposta

oi, prazer.
vc diz que não é vc quem eu quero?
então prazer, meu muito mais que desejo
diz pra mim que não quer mesmo me libertar!
diz só uma vez. mesmo de mentira
aceita que eu posso te amar
seja lá quem vc for
seja quem vc quer ser
eu sei é estranho mas é como eu me sinto
aqui vc tem um corredor de elogios gratuito e eterno
claro que sou o primeiro a ver seus defeitos
insistir em se afastar de quem só quer teu bem
nesse caso: eu
mas fazer o quê?
o que nos levou isso? eu lhe pergunto
um ano de nossas vidas adiado
e quem sabe as próximas etapas?
vc diz que acha a vida curta
tah na hora de agir como se fosse mesmo
eu repito, eu não sou nem quero ser resposta de ninguém
não vou nem sei como preencher esse vazio de si mesmo
quero apenas me divertir um pouco de vez em quando
de parte a parte
dos dois lados
é tão difícil me falar sem se comprometer que gosta de mim também?
eu não quero nada de vc que não venha de bom grado
um afago tá bom
nesse velho e pesado coração

ps. sem fugas please! que eu mesmo jah não as aguento!

o amigo do cachorro

essa sua vida que enche o coração de alegria
queria te ver sem coleira meu amigo,
ou com uma que te sirva
que não te aperte ou te deixe solto demais
que a tua dona soubesse o que tem nas mãos
e que te desse abrigo
mas ela nunca iria me compreender...

queria te ver pulando como sempre
sem ter de choramingar amor ou caridade
e mesmo se ela te disser que podes ir
que ela se lamente do erro com intensidade
porque sei que vc jah foi abandonado
e que demorou muito pra se recuperar de tudo isso
que na mão dela aprendeste a confiar de novo
eu sei como isso é difícil nesse mundo cão
desculpe o trocadilho

queria te ver dando piruetas como dava
em torno de si mesmo
pois sabia que alguem te amava
hj é só espera e reação
esperando pela ração de afeto contada em doses
bem pesadas pra não parecer desafeto
ou até mesmo, ai, ai os seres humanos
não parecer afeto demais

eu sei, nós somos terríveis,
vcs cães não
amam de verdade quem te dá pão e carinho
nós olhamos desconfiados e negamos até a sede
diante de uma represa por orgulho
vc não, se esbalda em viver sua vida curta
queria encontrar prazer, assim como vc
nessas coisas simplórias
aceitar que minha antiga dona me abandonou e me trocou
e a atual foi eleita sem querer o papel
ela tentou te rejeitar tb, mas teus olhos de cachorro pidão
são de conquistar qualquer um
não vê aqui estou querendo ser vc
nesses aflitos, nessas dores
tvz queira gerar nos outros o que vc mais gera espontaneamente:
compaixão por empatia
do seu amigo,
para um grande-cachorro-não-sarnento-mais-desejado-desse-mundo

boa sorte e minha sincera amizade

certezas passageiras

não ser forte o suficiente
não ser indiferente
sentir o calor das suas ações
causando dano a quem te deu tanto

ser tudo, vilão e salvador
mocinha e cavalo
precisar de um afago
e ter de render até as mãos

ser forte e fraco
negar de comer a si mesmo
por um instante esquecer
o frio do inverno e seus prórios tormentos

me arrepender de não manter
essa bandeira levantada
liberdade ainda que tardias
nunca será alcançada

se a cada lágrima
ela me rouba a vontade
e onde estava vc minha gentil testemunha
miha cúmplice nesse ato vil
minha nada, que eu não sou nada seu

se passo de resolução ao cinismo
em menos de um passo
se ainda encontro prazer em te ter
nos meus braços

se ainda,
e de certa forma
(o que nunca me verá negando)
e ao que sou mui grato
eu te amo

mas sabe do que mais?
todos sabemos, isso é temporário
é só medo, aliás
é medo e escárnio

por mim mesmo
por te trazer um pouco
desse mal que habita em mim
que me faz oco

e que me faz querer renunciar
até de seus prazeres
e tristemente para seu júbilo
até de mim mesmo

terça-feira, março 14, 2006

pequena parábola da nuvem azul e o toco queimado

escrever, escrever, e escrever
sobre vc
te descrever
uma baixota mais que encantadora
uma figura ateh risível de frágil
um poço de delicadeza
e um estômago idem
umas curvas que saem da tua cabeça
e um sorriso eternamente amarelo
(eu entendo, é a vida)
um sonho mal terminado
um poema sem rimas
algo que ninguém sabe muito bem o porquê
desfragmenta todas as almas que toca
e as surpreende
com seus pequenos dedinhos
pegaste um poste
e me levou à loucura
com seus lábios de necessidade
encontrou em mim
um abrigo temporário
e eu feliz e encantado por ter sido o escolhido
pelo menos da noite, pelo menos o temporário
uma quase criança de voz
mas se agiganta quando o mundo a cutuca
na garganta uma coceira
já pensou que nossa noites sempre estão ligadas ao vômito?
já pensou que eu fui um estepe dos seus desejos lésbicos não realizados?
whatever...
eu tive um pouco do seu mel
que está no mais dos prazerosos dos lugares
que era quente sobre a minha coxa
quando grudou em mim
quase tive um troço
taquicardia até agora
quando penso nisso
e um troço
se não repertir isso em breve

ps. isso eh um convite...

pluft traiçoeiro

há algo de podre no reino da dinamarca
algo de pecado e luxúria
correndo em tuas veias
ela não reconhece mais o teu cheiro
ela acha que vc não está
mais lá por inteiro

e vc sabe em que se meteu
apenas por desejar
já me fudi muito por desejar:
desejar estar morto é do que mais me lembro
se me amasse mesmo saberia que sou melhor assim
vivo, e desse jeito
é melhor do que naquele poste
ou aquilo que era antes
uma sombra de um traste
um fantasma com medo dos vivos
um enterrado vivo

veja, também por vc estou aqui
e muito pouco por mim
eu mesmo faço descaso desse abjeto
desse ridículo
dessa fonte de mal
à quem desaventurado
é quem cruza o meu caminho

eu sei, quando me aproximo das pessoas
eu só me lembro delas chorarem
e ainda acharem que sou eu a salvação
quando muito mais que âncora
eu puxo o mundo pra baixo dos meus lençóis
e deixo lá
abafado, fedido e apertado
e simplesmente esqueço

eu derreto aquilo que toco
e o que amo
fica em pedaços
é até poético
tentar viver se negando
fugindo de tudo
até a idéia de ser feliz me é perigosa
quando enfim esse dia chegar eu sei, só eu sei
será derradeiro
eu estarei morto






"why must we be alone?
well, it´s real life..."

John Lennon

espelho

o mundo te conhece Bruno
ele sabe dos teus anseios de propaganda
das suas falsas máscaras
e da sua covardia

vc que vai e volta
nunca tem certeza de nada
infeliz do teu ser
que desagrada até do seu nome

Bruno, o mundo dá voltas
e a tua vida um dia finita
já se foi pros corredores
do Adeus

nunca se atém
como criança
em pequenas sensações em seu umbigo

qdo o mundo precisa de ti
(não mais do que precisa de qualquer outro)
mas mesmo assim, precisa de ti

e queres volta e meia
romper com o Universo
e aí? vai ser um dos nossos?
eles te perguntam com a mão
na tua garganta

e vc não quer responder
vc só sabe amar aquilo
que não faz parte de vc

onde começa a maravilha
e os achismos de bem-ventura

sexta-feira, março 10, 2006

um sopro de vida

direto do forno uma notícia
aos corações escravizados
por uma novidade:
o seu beijo é gostoso

conto em segredo
quase suspirando
que isso aqui
é nitroglicerina pura

é novo
e traz um ritmo diferente
é uma muleta que me permite
manter minha vida
mais saco pra tudo que assustava antes

sim, ela pode ser tocada
sim, ela pode ser beijada
e eu vou te dizer eh mui bom
me entupir desse cálice
sem gosto de morte
só vida
sem rancor
sem remorço
um beijo
e eu mais vivo que nunca
por me lembrar do porquê estarmos aqui mesmo
algo que há muito já estava escrito?
ah, eu nem me preocupo com isso
eu quero é viver
e mergulhar neste abraço
e principalmente
nesta boca

sexta-feira, março 03, 2006

um pensamento tacanho e idiota

e não é que a vida dá muitas voltas?
um ano e estamos no mesmo pé
eu indo e indo
e vc indo e indo sem me olhar...

eu jazigo derrotado
meu ferrão sempre foi de açúcar
mas fazer o quê?
o que era pra ser já se foi há tempos

como não machucar uma flor quando tocá-la
se meu ácido escorre pelas mãos
e sempre acho que estou errado
em tentar permanecer só do seu lado

essa intensa vitória do tesão pela razão
essa esquizofrenia. essa compulsão
e nessa historia de mocinho e vilão

eu tento mudar o imutável
fazer entortar até o universo
em encanto por ti
e vc triste soh porque
(nas minhas fantasias)
não sabes o que causas em mim

eu sou o pangaré solto no mato
esquecido pelo roterista
que se alguém se arriscar a olhar verá apenas
pena e compaixão

eu sou o esquecido
por ser muito confuso não pude te ajudar
nem a mim mesmo
desculpe-me