domingo, dezembro 31, 2006

desejo de ano novo para uma amiga

meu muito mais que desejo de te ver bem
andando por venturas inabrigáveis
por sensações indizíveis
e sorrisos sem fim
que olhe para o lado e veja um companheiro
te amando e respeitando
e te olhe como como você me olha
como eu já te olhei um dia...

sábado, dezembro 23, 2006

minha(s) natureza(s)

todos tem medos, todos tem monstros
os meus são de fazer mal a mim
e às outras pessoas
me afasto de amigos, sumo da família
só carrego-os comigo em saudades boas
ás vezes, penso em morte
em alguma solidão definitiva
fugir por entre grades da vida
e escorregar rumo ao chão
colher sozinho minhas recompensas
pelos meus atos macabros
em dias assim quase não falo
quase não respiro
dói me locomover
quer saber? isto é só um retrato
é só um quadro de um tempo que passou
de tentar esquecer o passado e depois: desespero e dor
hoje, há feliz, há a cidade
há a junção e um nome:
Lua
que tanto me diz
que tanto me traz
que de mim quer o que tantas querem de outros
e (rindo safadamente) mais um pouco
diz espoleta e sai da sala rebolando
me faz rir e me apaixonar
e em dias assim eu tenho certeza
é da minha natureza amar esta moça
amá-la é da minha natureza

segunda-feira, dezembro 18, 2006

anti-polícia

olhe quem vem lá
de azul e de fardas
de pontápés
pé ante pé
de capacete e colete
de torturas e sangues
minha pele sobe
quem não sabe?
quantos gritos esses ouvidos não ouviram
quantas grades são necessárias pra manter a ordem
pra atropelar suas vidas com o progresso
por isso xingo essa bandeira
cuspo esse hino e nem me levanto
mas vem de armas e ódio
minha terna idade sabe
meus medos...
na minha cor seu ódio
e meu desespero
por que mesmo?
meu nariz abatatado?
meus cabelos trançados?
anos e anos no navio negreiro
e me chicoteando
"todo camburão de polícia tem um pouco de navio negreiro"
e que venha o caveirão
pois deus está do nosso lado
levanto a mão ao céu
o punho fechado e grito:
resistir é preciso

anna e o rei (sob efeito da Lua)

meus passos são mais calmos e decididos
quando vão em sua direção
mesmo com todos ajoelhados em nossa vista
meus joelhos são mais varões
meus pés são mais firmes quando
meu corpo urge encontrar o seu
e minha boca mais sedenta quando penso
em tua língua como fonte
quando misturo um pouco de nosso jeito
com o jeito do mundo
um pouco de nossa vida com o destino do mundo
e sigo adiante, ou melhor,
a partir de então, seguimos adiante
você me aponta novos horizontes e ri
eu apaixonado, comovido e tocado choro
são lágrimas de felicidade
de tanto que dá vontade de dizer como te adoro
como te amo, mas isso é pouco
são só dizeres
deixa o tempo passar
e eu poder demonstrar isso dia a dia
e o que mais?
casa, filhos, futuro? vida!
seja lá o que for... com você tá bom :)

novas redenções- o que quero

quero soltar o verbo e rachar as costas
quero tremer em cima de você
sentir seu olho lacrimejar
de tanto suor e vontade
fazer em você uma oração
bem-vinda te dizer no ouvido
e deixar-te louca com meus devaneios

durmo em cima de nosso ninho
deixou aqui sua marca, seus vestígios
para que eu só pensasse em você
e em meus momentos só meus
são dedicados a você princesa
senhora do Atlântico
do Pacífico e do Índico
confesso que as vezes ainda dói viver
respirar não é um ato mecânico
mas minha muleta é meu sonho
e você é a cereja
cherry, eu me apaixono cada vez mais
e a novo instante tropeço em novas redenções
um "aceitamento" de mim mesmo e de tudo
das coisas que fazem bem
das coisas que fazem mal
e como eu posso e devo querer
mudar tudo isso

à lá nós

andando monarquicamente neste recinto ogro velho e macabro
cuspindo dizeres a favor de loucos putrefados

não há esperança para nós não querem neste bolo outro confeito
fomos descartados a ordem é evitar conflitos

mas a rajada é de palavras e elas vivem de suas próprias pernas
voam como borboletas lindas inspiradoras: ex-larvas

do que foi dantesco, do que foi caótico
do que se propôs, até que não sobrou tanto ódio

os anos passam e nós continuamos, tragédias atrás de tragédias
mas veja no fim do túnel: continuam nascendo humanos

neste vidro quebrado, nestas horas tristes
o que escancaramos sempre são olhos sorrindo

gritos vem e vão e são importantes
mas ninguém consegue registrar nossa maior façanha
AMAR O IMPERFEITO

domingo, dezembro 17, 2006

uma nova situação (rsrsrsrs)

o dia traz mais de carinho que aguenta em teu corpo
traz mais de sorrisos e um torpor silencioso
faz de um mal juízo um gosto de novo
e de prejuízos o melhor sabor: gostoso

é como comer bem em restaurantes de grã-finos
é nadar na onda pegando jacaré sem prancha
é ouvir de repente pra elevar os ânimos
e descobrir que tudo não passou de falso atrito

quarta-feira, dezembro 06, 2006

o velho poeta

amadureceu e ficou louco
as buchechas aumentaram
as costas curvaram
e o que escreveu foi pouco
ao poeta maior
vizinho de sonhos
ao poeta-mor
não vou ao seu velório
pois é aqui que choro por ti
quando o fogo te abraçou
e fostes puxado para o palco
contra a sua vontade
e de lá cantou assim
para quem quisesse ouvir:
"a noite cai, os passos findam
e eu deito
ai, que terra doce
que cama aconchegante
essa cama de terra molhada"
das trevas acompanhando sua voz
desceram lágrimas
elas se encontraram junto aos seus
e no nosso adeus
você ainda foi de afeto
ainda foi de sorriso
"- Adeus, Bruninho!"

nostalgia

talvez uma vontade de chorar
por um passado que não passou
todos que começam a escrever
querem ser o Renato ou Arnaldo Jabor
a noite me pegou levou para o canto e me finalizou
me deu de mamar, me deu o que pensar
quando olhei velhos cadáveres remoçando
quando um irmão me confundiu com outro
quando éramos irmãos da meia noite
e escrevíamos nos elevadores nossos nomes
quando estávamos todos unidos como dedos em uma luva
o problema é que todo mundo
que começa a escrever já quer ser Cazuza
quis chorar,
lá estavam eles, os gigantes do meu passado
estavam todos menores do que eu
meus medos me assombravam
até que se fechou a porta e quem partiu fui eu
crimes de juventude
são não viver sua potencialidade
crime da velhice
é só viver em nulidades
chorei poe um futuro que não vingou
lembrei de um passado que não passou

sexta-feira, dezembro 01, 2006

mais de conselhos

já começou seu destino de novo
já trouxe desgraça e enfermidade
aos trouxas que ama
ô serzinho criado pra ficar sozinho
ô menininho em seu quarto calado
assim não faz mal a ninguem
ô porco-espinho cheio de abraços
e os seus seguem machucados
com um falso sorriso no rosto
te dizem: - não é bem assim,
você só quer é fugir
ficar e lutar é muito difícil

o melhor de toda história de amor é o começo
como acabam? nem importa muito
afinal comoo diria o john:
"a vida é o que acontece
quando você está ocupado fazendo outras coisas"
o amor te pegou
a vida te pegou
não tem pra onde fugir
nem o porquê fugir
ela é linda
você está encantado e sorridente
aceite este fato (não como um fardo)
e simplesmente... viva