Estava ali entre o possível nada do futuro
E as reais manchas encardidas do passado
Tendo que se reinventar
Em uma coisa que não queria...
O que mais queria ser lhe foi negado
A vida é assim, levanta ou morre atropelado
Quando criança adorava sentar no meio da rua
Assim que os sinais fechavam
Era um bom gosto de vida
Desafiar o perigo
Nao passava nenhum carro
E ali no meio fio deitado
Meu corpo me dizia
Nem tanto anjo, nem tão diabo...
Hoje eu volto à essas reminiscências
Minhas obras do passado
Tentando me lembrar
De como era sem você
O que dá pra ser resgatado
Os amigos, o corpo, os pensamentos
Tudo parece ser diferente e igual demais
A minha atenção pra qualquer coisa expira
E olho rapidamente pra outra vastidão
Tudo parece tão vazio
Mas sei, é só projeção...
E a cabeça não para...
Pula de porto em porto
Marinheiro altivo que já amou muito o mar
E busca um milagre de calma em qualquer afeto
Vive?
Mais existe que vive
Bem?
Não, não mesmo
Passado?
Tá aqui presente
Futuro?
Sei lá... o que queria já se foi
E hoje????
A principal pergunta...
Há o pensamento
Querendo driblar o sentimento
De falta de você e de mim mesmo
Hoje?
Foca, força a visão
Deduz as letras mais que enxerga
Como se estivesse em Brumas
A sensação é...
Nem tanto hoje