na minha cama tem um relógio que não anda
marca uma hora eterna faça dia faça sol
eu sei que ele não quebra
porque acabei de joga-lo ao chão
implorando pra passar o tempo
e chegarem as recompensas
pedindo sapiência
pra não ir tão sedento
ao pote,
que uma vez e outra
me foi, me foi e me foi negado
ao brinde,
que peço em nome de todos
que como eu foram massacrados
por esses desejos sem tréguas
que esquentam em noites vazias
e escurecem ou agitam
clareiam ou paralizam
as trevas cinzentas da apatia
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