quarta-feira, fevereiro 14, 2007

tijolinho

é como correr e já sair da largada atrasado
dar dois passos atrás na linha de chegada
usar dois pesos a mais na estrada
nascer sem poder usar máscaras

sinto ser vital não ser eu mesmo
e quando o que te permite estar vivo
é justamente o que te mata por dentro?

você me fez sentir assim
um pouco de cólera
um copo de lágrimas
um medo do mundo
não se pode confiar em nada vivo

também aqui é desespero
aqui é catarro
propulsão a jato
deste aperto no peito

meus demônios não controlados
minhas vontades não vingadas
meus ódio imenso
e pensar que fui enganado

idiota daquele que pensa em conforto no seu trono
imbecil daquele que pensa em amar o escravo
as pessoas não tão preparadas para esse patamar
de confiança total e conforto nos meus braços

vê, já começo a me proteger de você
esse foi o primeiro tijolinho da minha nova muralha
te perdôo, te entendo mas não esqueço
ele vai ficar lá para me proteger

por que cansei de ser
a vítima acorrentada,
violada
e entregue aos leões

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