domingo, janeiro 20, 2008

homem-grávido

parece que meu dia está correndo
entre enjôos e vômitos
quase desmaios
e perda de sentidos
cansaço...
são cheiros de morte
vírus frugais
para os outros
mas meu nariz
curioso e imbecil
entra porta a dentro
como policial
em frente da televisão
são quarks de peixe
vivos-do-mar
que deveriam continuar
por lá
e para minha desgraça
são otários demais
para não conseguirem
encontrar disfarçada
comida máscara de pesca
como comer se teus sentidos
calibrados para detectar o inimigo
estão alertando
invasão dos povos bárbaros?
como se deitar se paz e repouso
são cutucados pela vara
carregada de larva e lôdo?
é se sentir controverso
à criação
querer morrer
a cada respiração
definitivamente e mais que tudo
eu tenho de sair daquela casa
filho-expurgo
diferente e tímido
refém do seu quarto
mas eu ainda não ganho pra isso
é só sonho
que não tenho nem
pausa pra moldar
porque entrando por cada
centímetro
e impregnando cada tom
da minha alma
já suficiente enojada
com toda a superfície
e os moradores de GAYA

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