velho de guerra

nada a dizer
ando calado mesmo
tentando conviver só
com esse vazio imposto
esse sorriso imposto
viver sempre foi complicado
estou acostumado
sorrio e por fora
está tudo bem
eu me repito.
são as mesmas máscaras
as mesmas vias
o mesmo jeito de viver...
os mesmos trotes
se eu fosse qualquer outra pessoa
aqui seria muito chato
os mesmo dramas
as mesmas histórias
os mesmos artifícios...
de novo?
só uma versão
de across the universe
que ando aprontando...

enforcado

pois é,
estávamos lá
eu com cara de paisagem
e agonia por dentro
o mundo sapateando no meu rosto
novamente
a vida cuspindo na minha cara
derrotas
eu estava lá
mas não queria estar
e pior, só eu vejo agonia
no meio esse cenário
o sangue corre com orgulho nas veias alheias
no meu é ácido sulfúrico
em ocasiões assim
fazer o quê?
desistir?
levantar e ir embora?
não, eu não faço parte dessa corja
eu permaneço e com meu silêncio irrequieto
eu grito: não!!!!
é meu ato mudo e invisível
pois as pedras também sofrem
os dissabores das chuvas
mas dói
desculpa falar assim
dói pra caralho
pensar que estou ali
naquele papel ridículo
em que esperam meu gesto solene
que no fim das contas
não tem nada a ver comigo
a única coisa a se esperar de um niilista
digo, a única coisa que um niilista de respeito pode fazer
é se enforcar
por não suportar mais respirar
ou não se importar mais com isso..

aviso

eu teimo em obrigar as pessoas a passarem pelo impossível
para estarem do meu lado
como se fosse tão legal isso
e eu valesse tanto
vamos ser sinceros
meu pênis não é o maior do mundo
minhas tiradas nem tão engraçadas assim
meu humor nem tão alegre
e pior, meus gostos não são tão fáceis de conviver...
o pacote vem cheio de defeitos sem garantia
e em troca exige-se muito
exige-se um pulo da fé
um passo ao infinito
cruzar uma porta sem medo
porque qualquer falha neste teste
(e eu estarei lá observando e anotando)
vai ser uma falha eterna
um tiro no pé
pra se olhar pra trás e pensar mas pra que tanto esforço assim?
ou seja, em parco inglês,
Jump out!!!!
e tenho avisado

Resignaçao X Desejo: rascunhos de uma graphicnovel à lá sandman

Escrever um conto-historia sobre resignação e desejo, duas entidades que funcionariam ao longo da história da humanidade alterando seu curso...

e angariando almas pras seus exércitos. dispostos um em frente ao outro pra uma luta final...

que determinará o fim da humanidade...

as entidades chegam nos ouvidos das pessoas ao mesmo tempo e disputam...

como os anjinhos e diabinhos nos ombros...

contar a história com contos separados de pessoas que fizeram escolhas baseadas na atuação dessas entidades e juntar tudo no final

pegar pessoas famosas e momentos famosos na história...

talvez em um momento imprescendível, a "ultiima alma que consegue de fato evitar fazer a escolha entre os dois e seguir por um 3° caminho...

justo quando os dois exercitos estão quites...

talvez uma outra entidade por trás disso: Caos

talvez a moça em questão seja uma escolhida...

o exército da resignação tem revoltas internas... raiva aumentando entre os que desistiram de seus desejos

exército dos desejos avança mas quando tinha tudo pra ganhar, começa a surgir um desejo de seus combatentes para nao haver mais guerra ou pelo que lutar...

voltam a estaca zero...

mais uma vez esperam pela garota e culpam o Caos...

Caos nunca aparecerá, ele é invisível e só sabemos que ele esteve em cena após passar...

anjos e humanos

céu que desaba sobre mim
céu, cobre minha face
não podem os anjos sonharem também?
não podemos ter vontade de andar nús por aí?
não queremos machucar ninguém
mas estamos cansados de nos escondermos
só porque os outros coexistem mediocres
não podemos viver entre eles?
também sentimos dor
também choramos de volta pra casa
também sentimos saudades do Pico
e queremos correr de volta pra lá
será que é justo conosco isso?
sabermos que o que está em jogo
é muito mais importante
não nos faz deixar de querer as coisas mais pequenas
e delas doerem em nós
os humanos nos abusam, e nos chacoalham
os humanos depois nos fazem correr pra fora
de suas almas
suas vidas
seu caminho
os humanos não precisam de nós pra existirem
nós é que precisamos deles...
isso é justo?