quarta-feira, novembro 23, 2011

Novo Clipe do NaLaPa

Fique quase um ano elaborando uma ação. Mais três semanas direto (quase sem dormir) na execução do planejado... imagina ver o produto de seu suor acabado. E ainda, saber que ficou bonito... estou feliz.

Domingo próximo vamos lançar mais um clipe da banda NaLaPa, só que desta vez, é a música de "trabalho" e detalhe: é um curta animado. Espero que as pessoas gostem, como nós gostamos de tê-lo feito... realizado modo on!

segunda-feira, novembro 21, 2011

Apêndice

a minha capacidade de resistir
vem da minha qualidade de respirar
se parece óbvio aos seus ouvidos
é que as minhas letras fazem um quadrado no ar

seguem um contorno sem despencar
grudam cada sílaba por vírgula, ponto e laço
mas veja que mágica a literatura
que consegue unir até quando há espaço.

as minhas linhas sobrescritas
tortas e com muita vida
são apêndice de uma sina
ligar o dedo na tomada trifásica

hoje me perguntaram se planejo um suicídio
se me jogo no asfalto ou no poço
eu respondi que não ligava mais pra isso
cada lua que passa, morro mais um pouco
e enquanto isso...


a minha capacidade de resistir
vem da minha qualidade de tomar ar
de parar de sentir
e conseguir por alguns instantes me desligar...

sexta-feira, novembro 11, 2011

Álbum MusicAmor e Protestos - da banda NaLaPa na íntegra

Hoje o dia 11/11/11 lançamos nosso álbum na íntegra. Chamado de MusicAmor e Protestos tem 10 faixas interligadas. É uma obra fechada e arquitetada para ser ouvida de cabo a rabo em aproximadamente meia hora.

Aqui pode-se seguir lendo o encarte do disco:MusicAmor e Protestos (NaLaPa) - letras

Boa audição


terça-feira, novembro 08, 2011

Ser Flamengo é...

Ontem eu fui ao Engenhão assistir Flamengo e Cruzeiro.

Primeiro porque tinha prometido acompanhar uma flamenguista em sua primeira vez no Engenhão com o nosso time jogando. Segundo, porque os ingressos foram barateados, detalhe bem importante pra eu me meter nisso. E por último, porque depois da derrota pro Grêmio, eu perdi as forças de acreditar piamente neste time.

Não pela derrota – parte do espetáculo que é o futebol – mas pela forma como foi. Os times campeões do Fla não costumar tomar viradas como aquela, sendo assim assumi pra mim que este time chega na Liberta e corre pra isso apenas.

Mas peraí, você vai me perguntar porque decidi ir ao Estádio quando eu “desisti” das pretensões do time no ano. Sim, eu sei que parece paradoxal mas vou tentar explicar...

No reino das superstições, eu tinha motivos pra não pisar em jogo válido do Fla. Temendo o pior fui evitando e há tempos não ia, portanto só quando achei que o time tinha entregue as chances de sermos campeões diante do Grêmio, eu fui me juntar à Nação.

Também dessa forma, eu não ficaria tão transtornado durante o jogo, pensava eu...

Pois bem, fui ao Engenhão e primeira bola fora. O ingresso comprado na internet era retirado praticamente nos mesmos guichês onde compravam-se os ingressos normais, com a diferença que os dos ingressos da internet estavam em uma fila que pouco andava em relação aos outros.

Me fudi nesta história e acabei perdendo o primeiro tempo. Muita desorganização. Pior tive que pegar o ingresso do outro lado do estádio onde ia entrar. Então, depois ainda tiver que percorrer o entorno do Engenhão pra entrar.

Depois de uma hora e meia na fila ainda tive de fazer isso...

Mas como eu estava no esquema low-profile-esse-jogo-não-importa-mesmo, tudo bem. Só queria não ter passado tanto perrengue e tumulto na fila.

Aqui um parênteses pra duas cenas bizarras e engraçadas: comemorar um gol do flamengo na fila de fora do estádio (a torcida vibrou e os malucos com rádio tavam falando que tava 1X0 mengão) e depois descobrir que essa não era a comemoração de gol coisa nenhuma, porque o cruzeiro que começou na frente!

E a outra cena de chegar ver a torcida do cruzeiro ainda entrando pela parte deles com esquema todo bem armadinho e eles sendo revistados perfilados e etc... Depois do jogo fiquei imaginando como foi pra esses malucos virem até aqui, passar por tudo aquilo entrar no meio do primeiro tempo (quando eu os vi estava circulando pra chegar na minha entrada ainda do lado de fora também), e no final acabar daquele jeito. Bom, eles merecem pela marra e por sempre tirarem pontinhos nossos no campeonato.

Enfim entrei no finalzinho do primeiro tempo ouvi um uhhhh que deve ter sido na hora de um chute do Thiago Neves no ângulo que o Fábio do Cruzeiro espalmou pra fora.

Cheguei no setor da minha entrada e primeira surpresa: tinha mais gente que assento, ou seja, ia acabar vendo em pé o jogo – isso se as pessoas não fosse fazer seu pipi no intervalo, quando eu aproveitei pra sentar e descansar num banquinho. pensando, pô passei maior perrengue, será que o time vai perder (nesta hora tava 1X1).

E aí finalmente eu pude dar uma boa olhada na nossa torcida. A casa tava cheia e estava linda mas ficou uma pulguinha atrás da orelha – no Maracanã tudo isso é mais bonito.

Começou o jogo (pra mim, pelo menos) e o Fla atropelou o cruzeiro desde os instantes iniciais acabando em quatro gols (3 em dez minutos) e 5 a 1 no placar. o Flamengo imponderável futebol clube entrou no campeonato de novo, porque além da vitória os times à frente deram mole...

Em 45 minutos, a Nação reconquistou sua confiança e voltamos  a ser os mais felizes do Brasil (pois digo que muitos também estavam cabisbaixos desde a derrota pro Grêmio e não há nada mais feliz que um rubro negro depois de um jogo daqueles). Agora me explica que torcida é essa que lota um estádio que não é nossa casa com 1% (segundo matemágicos) chances de ser campeão nacional? Só a nossa mesmo, ser flamengo é acreditar no imponderável e por isso eu peço desculpas à minha fé.

A lição amarga que fica: rubro-negro não titubeia. Vai lá e faz.

Observações sobre o Flamengo:
Thiago Neves é o termômetro do time, se ele joga bem o time joga bem e vice versa. Somos mais dependentes dele que do R10.

Thomás, jogador arisco que se aprender a passar a bola em longa distância, passes mais longos, vai ser um baita jogador e por enquanto, não pode tirar do time porque tem sido o pulmão que oxigenou o ataque.

Ronaldinho Gaúcho – que nem jogou bem, estava numa tarde nem tão boa assim – é um cara mui diferenciado. Dá pra sacar pela TV isso, mas ao vivo, quanta diferença pros outros em campo. O jeito dele pegar a bola, as jogadas, os pensamentos, as tentativas de jogadas, os passes, até a forma de se movimentar em campo é completamente diferente dos demais jogadores. Dá pra perceber que ele é craque na concepção da palavra.

Pra acabar meu relato digo que a saída do Engenhão foi tranquila, menos pra quem tenta sair de trem porque fica cheio pra dedéu. Mas o trânsito tava fluindo mui bem, ao contrário do Maraca que fica 3 horas de engarrafamento ainda depois dos grandes jogos.

Agradeço a companhia de mais uma rubro-negra batizada nas graças desta torcida, lindas (a torcida e ela). E sem mais, deixo-os com as palavras de um craque que tem saído com umas pérolas magistrais – nosso atual filósofo depois de descobrir que o Corinthians (líder provisório do campeonato acabara de tomar um gol e perdera o jogo):



quinta-feira, novembro 03, 2011

a estrela e a Terra

a estrela disse para a Terra
você está me perdendo
eu estou saindo de sua órbita
aos poucos não estarei mais à sua vista
o ar é tão denso
é tanta poluição
e habitam tantos monstros
que só sabem  desvirtuar sua rotação
eu que te acompanhei até aqui
me esforço em brilhar e chamar sua atenção
te guiar em uma boa direção
afinal fomos companheiras por todo esse tempo
mas noite após noite
eu sigo aqui no calado e sepulcro espaço vazio
da escura matéria
brilhando sozinha sem sua companhia
e os homens que a têm só vêm arrebentando com sua forma
eu queria ajudá-la mas você não me vê mais
o que era uma chama
hoje é fagulha
afinal são tantos contratempos
quantas vezes olhavas pro céu e sorrias pra mim?
e hoje em dia eu te chamo
e apenas silêncio
veja, eu não tenho de ficar aqui
não desse jeito
me parece que não queira mais a mim
não como quando éramos apenas desejo
mas faz parte da sua natureza
deixar crescer ervas daninhas no bem adquirido
é comum deixares de lado e sentar em cima
do que já foi conquistado
e quem diria que lutaras tanto pela minha luz
hoje eu sou apenas um ponto neste traçado
de tantos focos
de tantas estrelas e astros
todos ex-cobiçados
mas saiba, um segredo que te contei e não entendeu
eu não sou estrela
eu sou um cometa
que por opção fez da sua vizinhança o meu estrado
estacionei nas suas terras
e vislumbrei felicidade após nosso acordo marcado
mas a cada nova rotação dos seus pólos
eu me vejo jogado
abandonado
e é isso que você tem a dedicar a mim?
em breve, boto de novo meu rabo
e sigo por aí
sem mais fazer parte do quadro
de medalhas fixo
na estante de um ser mimado
que tudo quis, e tudo teve
mas não a mim, não mais em breve
se continuar assim
voltarei a cometa e vida que segue.