terça-feira, novembro 08, 2011

Ser Flamengo é...

Ontem eu fui ao Engenhão assistir Flamengo e Cruzeiro.

Primeiro porque tinha prometido acompanhar uma flamenguista em sua primeira vez no Engenhão com o nosso time jogando. Segundo, porque os ingressos foram barateados, detalhe bem importante pra eu me meter nisso. E por último, porque depois da derrota pro Grêmio, eu perdi as forças de acreditar piamente neste time.

Não pela derrota – parte do espetáculo que é o futebol – mas pela forma como foi. Os times campeões do Fla não costumar tomar viradas como aquela, sendo assim assumi pra mim que este time chega na Liberta e corre pra isso apenas.

Mas peraí, você vai me perguntar porque decidi ir ao Estádio quando eu “desisti” das pretensões do time no ano. Sim, eu sei que parece paradoxal mas vou tentar explicar...

No reino das superstições, eu tinha motivos pra não pisar em jogo válido do Fla. Temendo o pior fui evitando e há tempos não ia, portanto só quando achei que o time tinha entregue as chances de sermos campeões diante do Grêmio, eu fui me juntar à Nação.

Também dessa forma, eu não ficaria tão transtornado durante o jogo, pensava eu...

Pois bem, fui ao Engenhão e primeira bola fora. O ingresso comprado na internet era retirado praticamente nos mesmos guichês onde compravam-se os ingressos normais, com a diferença que os dos ingressos da internet estavam em uma fila que pouco andava em relação aos outros.

Me fudi nesta história e acabei perdendo o primeiro tempo. Muita desorganização. Pior tive que pegar o ingresso do outro lado do estádio onde ia entrar. Então, depois ainda tiver que percorrer o entorno do Engenhão pra entrar.

Depois de uma hora e meia na fila ainda tive de fazer isso...

Mas como eu estava no esquema low-profile-esse-jogo-não-importa-mesmo, tudo bem. Só queria não ter passado tanto perrengue e tumulto na fila.

Aqui um parênteses pra duas cenas bizarras e engraçadas: comemorar um gol do flamengo na fila de fora do estádio (a torcida vibrou e os malucos com rádio tavam falando que tava 1X0 mengão) e depois descobrir que essa não era a comemoração de gol coisa nenhuma, porque o cruzeiro que começou na frente!

E a outra cena de chegar ver a torcida do cruzeiro ainda entrando pela parte deles com esquema todo bem armadinho e eles sendo revistados perfilados e etc... Depois do jogo fiquei imaginando como foi pra esses malucos virem até aqui, passar por tudo aquilo entrar no meio do primeiro tempo (quando eu os vi estava circulando pra chegar na minha entrada ainda do lado de fora também), e no final acabar daquele jeito. Bom, eles merecem pela marra e por sempre tirarem pontinhos nossos no campeonato.

Enfim entrei no finalzinho do primeiro tempo ouvi um uhhhh que deve ter sido na hora de um chute do Thiago Neves no ângulo que o Fábio do Cruzeiro espalmou pra fora.

Cheguei no setor da minha entrada e primeira surpresa: tinha mais gente que assento, ou seja, ia acabar vendo em pé o jogo – isso se as pessoas não fosse fazer seu pipi no intervalo, quando eu aproveitei pra sentar e descansar num banquinho. pensando, pô passei maior perrengue, será que o time vai perder (nesta hora tava 1X1).

E aí finalmente eu pude dar uma boa olhada na nossa torcida. A casa tava cheia e estava linda mas ficou uma pulguinha atrás da orelha – no Maracanã tudo isso é mais bonito.

Começou o jogo (pra mim, pelo menos) e o Fla atropelou o cruzeiro desde os instantes iniciais acabando em quatro gols (3 em dez minutos) e 5 a 1 no placar. o Flamengo imponderável futebol clube entrou no campeonato de novo, porque além da vitória os times à frente deram mole...

Em 45 minutos, a Nação reconquistou sua confiança e voltamos  a ser os mais felizes do Brasil (pois digo que muitos também estavam cabisbaixos desde a derrota pro Grêmio e não há nada mais feliz que um rubro negro depois de um jogo daqueles). Agora me explica que torcida é essa que lota um estádio que não é nossa casa com 1% (segundo matemágicos) chances de ser campeão nacional? Só a nossa mesmo, ser flamengo é acreditar no imponderável e por isso eu peço desculpas à minha fé.

A lição amarga que fica: rubro-negro não titubeia. Vai lá e faz.

Observações sobre o Flamengo:
Thiago Neves é o termômetro do time, se ele joga bem o time joga bem e vice versa. Somos mais dependentes dele que do R10.

Thomás, jogador arisco que se aprender a passar a bola em longa distância, passes mais longos, vai ser um baita jogador e por enquanto, não pode tirar do time porque tem sido o pulmão que oxigenou o ataque.

Ronaldinho Gaúcho – que nem jogou bem, estava numa tarde nem tão boa assim – é um cara mui diferenciado. Dá pra sacar pela TV isso, mas ao vivo, quanta diferença pros outros em campo. O jeito dele pegar a bola, as jogadas, os pensamentos, as tentativas de jogadas, os passes, até a forma de se movimentar em campo é completamente diferente dos demais jogadores. Dá pra perceber que ele é craque na concepção da palavra.

Pra acabar meu relato digo que a saída do Engenhão foi tranquila, menos pra quem tenta sair de trem porque fica cheio pra dedéu. Mas o trânsito tava fluindo mui bem, ao contrário do Maraca que fica 3 horas de engarrafamento ainda depois dos grandes jogos.

Agradeço a companhia de mais uma rubro-negra batizada nas graças desta torcida, lindas (a torcida e ela). E sem mais, deixo-os com as palavras de um craque que tem saído com umas pérolas magistrais – nosso atual filósofo depois de descobrir que o Corinthians (líder provisório do campeonato acabara de tomar um gol e perdera o jogo):



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