quinta-feira, fevereiro 23, 2012

eterna pergunta

tem dias que a vida te fere
e você barbante se rompe infinito
mas volta triunfante
em dias de elástico
com o orgulho ferido
até quantas primaveras viveremos disso?
eu sou sombra e poeira
eu sou vigor e cansaço
eu sou coragem e temor
de reviver sempre os mesmos fracassos
meu timão encostado em alguma baía por aí
sonhando com o mar que poderia vir

sabes mui bem do que falo
daquela respiração tardia
do gol perdido
e o grito abafado por mãos sujas na garganta

ainda sendo oprimido pelo simples ato de viver
eu vacilante sigo sem querer lembrar o porquê

tem dias que a vida é mãe
tem dias que é madrasta
ou uma tia bem intencionada que só quer seu bem
ou um bloco de carnaval
que você espera ser a apoteose de seus sonhos
mas sai mais cedo por que está passando mal...

no fim da noite
no fechar de pálpebras
a única certeza:
dor,
não sei da vida,
a ela é eterna pergunta

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