sexta-feira, novembro 17, 2006

o tolo

acordava e pensava, puta que paril ainda vivo
hoje abre os olhos e percebe em quanto é si mesmo
e quanto é seu
quanto de seu gosto, sua respiração, esse trovão
o que disso tudo faz dele e quanto ele se rende a isso
quanto desse sorriso vai para você
e quanto é desespero
quanto é solidão
e correria

queria amar os outros sem lhes causar mal
parecia impossível
hoje até se esquece disso,
uma risada no fundo o faz esquecer
esse riso de castor
mais olhos de oriente
e a pegunta: se não for assim como será?
aquele ranço sozinho no canto que era antes?
aquele abraço em si mesmo por saudade de contato?
chorar? não de tanto rir, ou do bom cansaço
mas de pena de si mesmo
atear fogo na floresta pra conter incêndio
então é isso, aceita, se cala
se rende ao Deus Supremo
o amor acima de tudo pela e para a vida

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