Ele se pegou pensando enquanto voltava para casa que aquele era o seu último domingo. Ninguém ao certo sabe disso é o que falam por aí, mas ele sabia. Ele saberia se isso tivesse realmente mudado. Respirou e seguiu adiante, ohou para a Lua e ela estava ficanco cheia, sabia que o dia se aproximava. Iria finalmente voltar pra casa. Iria se sentir bem de novo após tantos anos. Pois quando se vive em dor o que se pede é o fim da dor e por conseguinte da vida. Ma ele acreditava em outras vidas, outros planos. sabia que esse não era o seu fim. e o seu pecado mais grave era o de não viver na sua plenitude. Mas quem pode acusá-lo? A cada tentativa era acometido dos mesmos maus que o fizeram descartar tudo que o rodiava. Veja, não era fuga. Ele simplemente cansou de tentar mudar as coisas, pois só valeria continuar por aqui se isso acontecesse. não dava mais pra fechar os olhos pros mendigos, pra miséria, pra falta de amor desse planeta subdesenvolvido, dessa lama que oprime tanto. poucos sabem o que é sentir dor física por reação a violência "natural" do mundo. ele sabia.
E sendo seu último domingo pensou: por que não? Foi tomar o tão esperado sorvete que se prometera há quase um ano, caminhou pelos lugares e quis chorar se despedindo de tudo e de todos. Viu, talvez pela última vez alguns rostos que convivera e que tinha carinho. Mas como lhes falar alguma coisa? Optou pelo silêncio. Fez uma prece sossegada em pensamento pelo bom caminho dos amados, segurou o choro e se despediu como um dia normal...
Passou a segunda pensando em desapego, querendo voltar atrás, era estranho e irônico que tinha encontrado o objetivo da vida no fim dela. Há poucas semanas de tudo acabar o universo lhe disse: essa é a sua sina, para a qual foi trazido a este plano... Mas pensou consigo mesmo: agora é tarde demais...
Fechou os olhos, virou na cama tentando dormir a espera do dia triunfal
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