publicar escravidões e aconchegos
denunciar tanto os jornais
quanto os seus donos
vender a alma
e botar a mãe deles no meio
fazer carinho na morena
e dar porrada na polícia
correr em cada esquina
por roubar uma flor pra menina
e ter lata de grafite na muchila
não dormir a noite por falta de carinho
deitar sozinho
num chão de cela culpado
apertar o peito em dor
de fumaça de cigarro
mas também pelo amor bichinho negado
temer a morte violenta e assassina das ruas
mas cantar medroso e baixinho
da mesma quando vem lenta e gradual solitária
cuspir sangue de fome
e secar a lágrima em lenço perfumado
ouvir um bolero e se sentir apaixonado
e tirar a camisa e gritar em pleno vulcão
peito de aço e coldre: viva a revolução
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