se eu durmisse como os gatos
e transasse como os coelhos
se eu não visse, como as girafas (que mal olham), o chão
e enxergasse como as corujas na escuridão
se minhas lágrimas fossem mais crocodilas
se eu não invejasse tanto
o destino dos zangões
se eu não odiasse tanto as formigas
que não pensam por si mesmas
e os elefantes que nada esqueço
se minha língua fosse mais tamanduá
e minha mão de morcego, e eu pudesse voar
mesmo que somente por um triz
talvez aí sim, eu fosse de fato
a um boto-feliz
talvez eu ressurgisse de pato
a boto-fênix
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