ando sem forças
em desgosto
me perguntando pra quê tudo isso
por que tanto esforço?
vivo cansado de noite e de dia
tombo do alto de minha agonia
viver e viver e viver
e não saber o que é alegria
só há acalento entre as chibatadas da vida
posso parecer meio derrotado
mas meu sorriso largo
faz os outros pensarem ao contrário
é riso de nervoso, de um prostrado
cada manhã decido se fico ou se caio no mato
cada noite me chamam meus amigos desesperados
podemos te dar um abraço?
como tempos que se vão
cadê minha parte dessa ocasião
sobraram restos de uma refeição
fria, sem prato e jogada ao chão
eu de joelhos lambendo essa proteína
mas meu caro, não foi sempre essa sua sina?
de quatro levando nas quinas
com a alma desistente e vontade diluída.
Bruno, desista
e hoje nem há o conforto das meninas.
meu próximo verso é meio Bukowiskiano
já aviso logo, é preciso estômago
se não tiveres, eu lhe peço meu anjo
saia de manso
e deixe a página em branco
.
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.
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procuro um alívio que nenhum remédio pode me dar
um ombro, uma chupada, uma tarde ou um luar
se drogas funcionassem eu optaria em ficar
bobo, babão com os pés a levitar
anestésico mesmo pra esse mal estar
só conheço um e não ouso nomear
falar seu nome traz azar
então viro de lado
e busco um auto afago
dizendo letra por letra
levo minhas mão à esperada punheta
nada como um pífio sopro de vida
se eu fosse o macho que meu pai queria
esses meus filhos estariam
agora numa barriga vazia
mas nem isso me salvaria
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