é quando volto sozinho para casa que vem
aquela sensação de incômodo,
de querer fugir pro primeiro colo
de pedir aos seguranças do metrô: - falem comigo!
aos mendigos, me abracem
eu mereço ser amado
não mereço ser mal-tratado
ninguém merece se sentir tão sujo e humilhado
ninguém tem que achar que prejuízo é o normal
que o comum é fazer mal
ninguém tem por que passar ser escurraçado
quando todos deveriam abrir seus braços
e abraçar cada pessoa como que abraçando a vida
as possibilidades de que tudo pode dar certo
as rodas podem girar
e as coisas podem funcionar
mas de noite e em tão recente ano
em tão inocente ato
em tão lisa ação
fostes encontrar paredes ásperas
caras bêbadas
conivências e traições
o que se salva disso tudo?
um olhar de moça
um pedido de desculpa pela humanidade das pessoas
quase levanto a minha placa no estádio: - eu já sabia!
mas respiro e sigo como antes, talvez um pouco menos tão disposto
mas sigo!
só que de noite faltam pernas pra correr
olho pros lados estou só e lembro de um verso:
"você vai pra casa, você chora
e tem vontade de morrer"
Um comentário:
Às vezes aperta o peito ler tanta angústia num coração tão dorido, tanto quase desespero...
Estou quase te escrevendo uma carta. Mesmo sendo há tanto tempo atrás, um abraço é o que eu queria oferecer nesse momento.
Postar um comentário