começou com um silêncio
apenas um som engolido
ligeiramente preso na garganta
por medo de chegar aos ouvidos
uma pausa, um seminima nesta orquestra
meu naipe de sopros perdeu o fôlego
e pediu as contas
ao longo dos dias o silêncio virou missão
a pausa virou sinfonia
e o ato foi ficando cada vez mais despercebido
como o bater de asas do beija-flor
que ninguém vê
sou eu a parede
o imutável
o cimento que descasca por dentro
o rio envenenado
o estouro de touros no pantanal
e os vícios dos médicos
é o que ninguém vê mas está sempre lá
o silêncio tomou o corpo, o corpo parou
a mente só sabia dizer:
- o que posso eu fazer?
e o corpo parou...
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