domingo, outubro 28, 2007

mordido (de mosqutos)

Na verdade, tantas vezes gritei
que ensurdeci até quem me ouvia
esmurrei portas quando passava por elas
elas ricocheteavam na parede e me trancavam
talvez mesmo só sinta falta
daquilo que já não mais tenho
mas nada me faz esquecer
que sim! existe o bom
e há sorrisos colgates genuínos
Tudo apodrece e a vida triunfa após isso
as flores murcham com banhos d´água
e as crianças não saem da frente da TV
Essa semana dar um ombro para amigo mala
e esquecer quando tentei cessar
o fluxo de idéias mortais na minha cabeça
Preso no alto da escada
sem conseguir descer
sem pregos pra pendurar
um novo clássico retrato
do que eu deveria ser
ter feito, mostrado, construído
mas meus braços cansados
não conseguem nem dar conta
da coceira nas costas e dos mosquitos

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