quarta-feira, setembro 29, 2010

"I hope I die before I get old"

esse é quase um por que me ufano do meu país...

por que me escondo no meu niver?

três pessoas conseguiram de fato, falar comigo no meu niver...

três cobranças...

no meu niver as pessoas me desejam tudo de bom e me cobram em seguida...

é histórico isso...

mas esse ano meu pai ganhou de todos, cobrou sem ao menos desejar um parabéns...

me cobraram pra que eu tirasse roupa do varal mesmo estando úmidas...

me cobraram que eu saí do quarto apenas de noite, mesmo que faça isso todos os dias...

e me cobraram um emprego...

feliz aniversário Bruno, você como sempre, um inepto, um eremita e um vagabundo...

feliz 30 anos...

eu saúdo minha vida... quase com saudades da época da minha sombra...

as pessoas não me viam, só viam minha sombra...

mas, já passamos por isso e não gosto de me repetir, então minha resposta?

"I hope I die before I get old"



e viva o the who!!!

terça-feira, setembro 28, 2010

meia noite, 28 de setembro de 2010 - meu niver

meia noite, 28 de setembro de 2010 - meu niver
oração para Deus
desculpa minhas injustiças e impropérios
agora mesmo estou ouvindo Ramones
caralho, 30 anos?
uma vida até agora desperdiçada
nada que sou bom consigo fazer direito
magoo flores que peço um cheiro
as pessoas estão casando e tendo filhos
eu penso em morte
saudades da mãe
Deus, não aguento mais vida medíocre
me tira daqui
me tira dessa casa
que eu consiga viver do NaLaPa
e me esqueça dessa canção
mas por enquanto o que toca em celebração:
"24 hours ago I wanna be sedated"

sábado, setembro 25, 2010

do lado do campo

eu queimei o céu da minha boca com palavras e mentiras
rabisquei a minha sombra em fugas famintas
perdi um abraço ao olhar pra outro lado
me sequei congelando em noites gripado

eu corrimão em estradas vazias
e tinha razão da escolha ser apenas minha
e sobre perdão e o quê estou destinado
minha ação é correr de um simples estado

desconhecia que era menor e rasgava um defeito
corria ao banheiro olhos miúdos e sem jeito
torcia o joelho e fazia um nó que sangrava
na porta do espelho quebrado meu corpo ocultava

sim senhoras e senhores, o jumento era só
dormia ao relento, nem com fogo cortava essa dor
assombrava maldizeres, gritava e não adiantava
pois como crista de galo, era cega de um olho a navalha

e quando passou em marcha nova estação
e quando ou pra quem veio a barba
e se veio mesmo com receio de um verão
fez passar num passeio de lagoa encantada

e tudo começou do lado do campo
olhos públicos e mãos arquivadas
pareciam não querer dizer como fêmea de santo
(ah na) boca, um beijo te aguarda

deixa eu lhe contar sobre meus dias
a realidade é mais bonita
quando estou com você
do que as fantasias
que eu tive um dia
sonhando em te ter

segunda-feira, setembro 20, 2010

escoteiro

isso é o de sempre: espera
desde os romanos há muito disso
está nas rádios e nas cabeças do mundo
eu estou aqui de guarda
aguardando o lance e me posicionar
a plaquinha azul de go!
o quadrado que me caiba
o cinturão que me envolva
mas que tem guarda-chuvas
a serem resgatados por aí
isso tem...
tentando apenas não ser mais um
nessa leva de levados
sou um levado, bandido mesmo
quando se trata de carinho
roubo, aceito, chantageio
me tento e tento ser
mas ninguém consegue
me encontrar
encontrar em mim um homem melhor
só previsões e esperanças
algumas frustrações
e burros n´água
mas olha só: não é que teve tempo
não é que pude encaixar
meu bom mocismo em algum lugar?
hoje eu ganhei meu obrigado do dia já...

sábado, setembro 18, 2010

vigor

sinto ter feito algo de especial
sinto ter ajuda de algo espiritiual
como explicar tamanho resgate
de um sujeito-embuste?
as pernas cruzam a cidade
e os moços de alguma idade
sabem do que se trata
um sangue limpo na faca
que corta e machuca
na alma imunda
é queimar um pedaço morto
apenas para seguirmos tolos
sangrando da flor
em tanques sem cor
meninos imbérbes
cheirando a leite
rendidos
perdidos
com as calças nas mãos
e destinos sem chão
choram por falta de companhia
verde, laranja e anelina
marrom, preto damasco
foi apenas um fado
canção que vigora
depois que a alma chora

quinta-feira, setembro 16, 2010

O pássaro

O pássaro prendeu suas asas na mesa
enroscou os pés na cadeira
e passou uma corrente aos pés da cômoda pesada
aproveitando-se de um buraco na junta do armário
juntou mais peso à sua vida
e aguardou solenemente estático
o dia surpresa finalmente veio
com suas botas, ordens e segredos
levaram o pássaro pelo bico
levaram pelo beco
levaram junto,
a mesa, a cômoda e o armário
levaram toda a sua vida
pela porta do quarto
pela entrada do prédio
pelas ruas da cidade
entre bairros desconhecidos
o pássaro não tinha tempo
nem de olhar para os lados
o pássaro sequer via a paisagem
do lindo Rio
o pássaro nunca mais foi visto
uns acham que ele voa por aí incógnito
mas todos sabem que sua carcaça-corpo
foi desovada do lado de fora de um quartel honrado
indigente desconhecido fora enterrado
mas eles vivem tão pouco, os pássaros

ps. saiu num jornal
papel sangue
que a ditadura foi branda
pois não calou tantas vozes
em nome do pássaro
esquecido atrás do muro
de um quartel honrado
eu os calo
sentencio ao mesmo esquecimento
involuntário

segunda-feira, setembro 13, 2010

uma ode ao NaLaPa

antes de um culpado
uma maçã venenosa
olhos semi cerrados
sensação claustrofóbica

um pedido
de noite
que não pôde ser atendido
são caminhos
tortuosos
que nos levam a fazer isso

pequenas fagulhas de passado
e esperança de futuro
voltando pra casa amargo
onde havia um homem em pé e resoluto

desbravando multidões com seu gogó
com sacolas nas mãos ele vendia idéias
ninguém as comprou, era tarde demais pra esse nó
pra essas teias e telhas velhas

estávamos durmindo naquele espaço tempo parado
eu, o motorista e o trocador apagado
sumido nas contas do dono empregador
só meu pensamento e idilio salvos da dor

vaguear por aí em rota
com nome e sobre o nome
eu apresento NaLaPa
prazer aos vivos insônes
mensagens dos mortos e traças
vão e sejam felizes, meus homens
vivam pelos que não vivem mais... mulheres de boa praça

quinta-feira, setembro 09, 2010

um novo integrante da família NaLaPa: o Micquinho


Por esses dias, tava decidido em comprar um microfone de gaita, até que me deparei com um circuito na web para montagem do mesmo, de forma caseira e simples. Decidi encarar, coloquei meus dotes de técnico em eletrônica (?) em prova e de volta à ativa. Eis o resultado. Após quase 48 horas intensas de trabalho quase ininterruptas (processo de pesquisa, decisão, compra do material, montagem, testes...), eis meu novo microfone: O Micquinho.
PS. faltam ainda alguns adereços que vou botar, mas está funcionando uma beleza já.

quarta-feira, setembro 08, 2010

insônia

o que há?
alta noite e olhos ainda
eles estão em compasso de espera
de que nao sei, sinceramente não sei
que alguma ponta
de recheio de universo
entre pela porta
e suavize seus fluidos
não é dor de cabeça
mas são muitos volts concentrados
ter de admitir passos errados
e o que há por vir
não me deixa tranquilizado
meus netos terão orgulho de mim?
meus filhos saberão quem eu sou?
haverá sementes?
esperneio sempre
vejo mundano
e grito perigo
que meu gosto é um pouco mais
convexo
mais de pontas
tauagens que moldassem conforme nossa vontade
obras infinitas sem fim
mas eu que sou maluco
e incompreendido
volto ao meu quarto sozinho
sem sono e cansado
exaurido pra ser exato
desci de um monstro de metal
cheio de monstrinhos problemáticos
histórias de rachar o coração e a mente
todos apenas de passagem,
eu apenas de passagem em suas biografias

terça-feira, setembro 07, 2010

notícias da batalha sobre a obra de JK

lá vem a bala de prata nesta serra medíocre
de homens que se interessam por paletós
e tapinhas nas costas
querem vida na corte
e jogam açoite
aos que vêem lá de cima
são futuros fantasmas
toda história tem um perdedor
todo dia são pontos esquecidos
mentes ávidas que enxergam
o pulo do gato
a farsa sadia
de mudar marcas
montar vestígios
e fingir que não é mais dia
mas está claro
que o céu de brigadeiro
é com algodãO doce
em vez de bombardeios intercalados
de idiotices e amarguras
apenas por ser derrotado
em mais uma de suas tramóias sujas
que não se acabam
sempre tem um fim
e aparentemente é o caso,
parecem nunca ter fim

domingo, setembro 05, 2010

tesouro

retirado em vida
dos que ainda cogitam
voar por aí
em jumentos modernos
não entende que é demais?
não percebe que faz mal?
ela é só uma garotinha
e está criando sementes
de desfiladeiros
em seus ouvidos
deixa esse braço
livre-se do abraço
enquanto galopante
segue o monstro de metal
não sabe mas tem em mim um vigilante
eu não vou deixar que nada te aconteça
não esta noite
não no meu turno
e por falta de apoio
essas rodas acabam com nossa viagem
viva a falta de asfalto
e falta de compreensão
os homens podem ser porcos
e se chafurdarem pelo chão

sexta-feira, setembro 03, 2010

malucos

me sinto um Mark Eskelson, prestes a chamar a polícia pra me darem um abraço.
é solitário não encontrar ninho pro que penso
e estar atrelado com vidas que não concordo
mas não se pode ter tudo
e eu me vendi por um sorriso

eu te entendo Mark,
eu te entendo amigo


http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/posts/2010/09/03/homem-liga-para-policia-pede-chocolate-quente-um-abraco-321541.asp