eu vi passar por esses dedos
alguns cabelos
reflexos no espelho
do coração
e o tempo
meu maior controverso
fez labareda de carvão
eu cerzi meus lábios
em noites a fio
sem ninguém ao meu lado
pelos caidos
expostos no chão
de sombras que chamuscavam na parede
de lírios só existentes na infância
de gatos que se acostumavam com as coxas de meu primo
eu lembro o que é decepção
e uma família que passa a não ter ninho
mais um órrfão fudido
deus perdoa perguntar mais uma vez
não foi tudo em vão?
ela parou de respirar
deixou amados
pertences estilhaçados
que sempre lembrarão
eu lembro de escovas de cabelo
de sorrisos alegres e outros nem tanto
eu lembro, ah eu me lembro
hoje eu não serei mais eu
em justaposição ao lobo
essa fábula acaba no vermelho
ou melhor, pra não acabar assim não
doentio...
poço fundo
doentio
eu libero meus medos da gaiola
mudo mundo vasco mundo
és a partir de agora
meu maior inimigo
mas nem isso me consola
ou cala meu peito inalado
uma canção vem agora
o silêncio dos vencidos
Nenhum comentário:
Postar um comentário