sábado, abril 09, 2011

Na Estrada (On the Road)

estava eu vendo uma biografia sobre o Jack Kerouac, o Rei dos Beats
e meio atônito de tanto trabalho aqui,
tanta desordem
tanto caos em meu mundo
os lencóis amarrotados
o armário denso
uma energia que me comprime
e um ou dois passageiros que me fazem mal
mas contam boas histórias em meus ouvidos
olhando daqui da janela, vejo um ponto de ônibus
e milhões de pessoas voltando para as suas casas
vão passarinhos
a noite foi feita para as mariposas
de meu quarto os feixes de luz passam
como correntes de náufragos
refletem o andar de seres desembestados
seguem nesse ritmo zumbis
meio que fazendo um anúncio para mim
o que em breve será meu destino
me silencio um pouco
se tenho tanta vida dentro
por que em críiticas me abandono?
essas que têm bocas apontadoras
cegos de todos os olhos
mas metralhadoras do julgamento

minhas mão vazias passeiam em meu corpo
eu busco consolo
busco salvação
mas as vezes, é difícil
como petróleo fazer jorrar vida de mim
eu me calo
e me fecho
tranco a porta do quarto
e nublo
talvez passasse mais anos aqui
se não fossem os sonhos
os mesmo que me pegam pelo colarinho e dizem
bruno, ai bruno
levanta dessa auto comiseração
vide... há tantos que morrem todos os dias
e você bruno,
você ainda respira

mesmo que seja ainda um ar lúgubre
mesmo que nos meus ombros estejam todas as jaquetas
que pinicam morte
me fazem coçar arrependimentos
e maldizer meus destino
há tantas dúvidas... que posso dizer sobre meus dias?
ele como eu, foi um lobo solitário
ele como eu, buscou vida em passeios
mas eu nunca me enganei
o que busco no mundo
é um lugar que possa reproduzir o que tenho de mais belo
dar importância ao que precisa
mas ele como eu
estava falido vivendo de favores e dos amigos aos 30 anos de idade...
embora depois deu no que deu,
um dos maiores escritores de uma geração
espero não morrer logo
espero morrer logo
espero...

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