sexta-feira, setembro 23, 2011

o poema do mágico sem manga

mas pra que tanto barulho Deus?
se é fome, que haja comida
se é sede que venham rios
ao calor, um ar condicionado que não seque os tímpanos
e no frio, um blazer pra melhorar em estilo

Pra que tanta punição?
Reclamar que não se esforçam
e quando suam as suas camisas,
um raio lhes cai sobre a cabeça?
ou então pisam no buraco e sofrem torção?

vai entender esse tipo de humor maníaco...

eu não entendo e tento rir,
mas confesso quando é meu caso
dói me sentir assim

Uma criança perguntou à mãe se ele era bonito
a mão lhe respondeu:
- Você é meu filho.
Havia uma certa sílaba narcisa
que não foi pronunciada nessa palavra.
mas que todos nós entendemos. uma pausa debochada.

Então pra que se ilustrar tanto sofrimento
se a carne é tão frágil,
somos imbecis de não construirmos armaduras
que aguentem o elástico?

venho repetindo,
a minha geração é de filhos sem pais,
cínicos
que não se ligam a nada
jogados nas fogueiras das vaidades tecnológicas sem alma

é preciso pagar seu imposto Bruno, eu sei disso
mas juro que não tenho tanto assim, sangue escondido

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