domingo, julho 01, 2007

genética paterna

eu tenho uma pinta num lugar secreto que só cinco mulheres viram
e apenas três hão de lembrar
tem coisas sobre mim que ninguém sabe
tem dias que me machuca um sorriso de um mendigo por um resto de comida que eu dei
as vezes eu gostaria de não estar mais vivo por momentos tristes que passei
me lembro todo dia de coisas que me pertubam, agulhadas na alma é como chamo
chega a doer a cabeça de desespero
eu tenho uma queda por travestis
eu chorei no enterro da minha mãe, mas acho que não vou do meu pai
tenho medo que minha irmã se torne apenas e mais uma mulherzinha neste mundo
eu fujo dos meus amigos pra não demonstrar fraqueza
eu suo de nervosismo de pensar no futuro, faltam apenas dois meses amada
meu caso mais velho é com a tristeza.... tenho medos a noite de fantasmas e de sensações
as vezes eu choro escondido viajando em cenas de morte
eu tenho cáries
comprei uma viola pra não tocar mais guitarra
já escrevi um livro que se perdeu
já inventei histórias que morreram
mas é no final do dia, por volta dessa hora que por mais que eu ande
por mais que eu corra, por mais que eu finte meu drible mágico e secreto
me vem derradeiramente essa certeza
mais uma vez sozinho e perecível
escrever aqui me impede de ficar louco
(ou pelo menos é o que acho, lutando contra a genética do lado paterno)

Nenhum comentário: