um breve histórico da história do violão brasileiro e como acho que me encaixo:
Tudo começou com Pixinguinha, maestro-mor que concentrou todas as formas de se fazer música no Brasil no começo do século passado... de samba a jazz. E de quem foi a fonte para toda a nossa música posteriormente...só que ele era flautista...
na sua banda "oito batutas", tocaram dois violonistas: joão pernambuco (estilo mais melódico, regional) e o Tute que criou o volão de 7 cordas para choro (eu vejo a importância dele por isso) pois quem definiu mesmo o instrumento foi o Dino 7 cordas que gravou as grandes canções de samba e redefiniu toda uma forma de tocar violão (acompanhando mas dizendo coisas melodicas também).
paralelamente a isso, tem-se o mestre João Gilberto que também inventou outra forma para o instrumento, algo que unia o ritmo e a harmonia, vindo alguns diriam do desenvolvimento regional do violão de dorival caymi... (regional "iniciado" por joão pernambuco).
um violão caminhou para o choro, para o clássico
outro caminhou para o samba, o popular
um homem voltou a abalar as estruturas disso: Baden Powell que tinha tanto de erudito como de popular, unindo os dois, ele tocava mozart no violão, mas tocava de ua maneira ""suja", suingada eu diria, fazia acordes que não eram tão perfeitinhos e limpos como da bossa nova e dos concertos de câmara. ele também africanizou o instrumento... foi o 1º completo para mim unindo harmonia, melodia e ritmo. hoje em dia é em quem jogo minhas dúvidas em busca de respostas...
mas só podia pegar no violão quem estudasse muito e decorasse muitos acordes difíceis, foi quando surgiu o mais universal dos cariocas, Jorge Ben Jor, e seu esquema novo, revolucionou também, a maneira de se tocar violão, muito mais suingado, com o ritmo sendo levado ao patamar-mor...
e aí vieram os cruzadores: os que cruzaram toda essas informações, um pouquinho mais de jorge com dino 7 cordas, misturado com joão gilberto...
eu destaco Djavan que re-aproximou o violão popular com a melodia, encaixando-o dentro de uma banda contemporânea... (não é a toa que em cada bar vc apenas ouve pequenas células de djavan)
assim como o Moska (mimha inspiração primeira e com certeza a mais impactante de todo esse universo fantástico que conheci depois) que adapta seu violão para funcionar numa banda e como elemento mais melódico-acompanhante
em contrapartida, tem o Lenine que aponta mais seu violão no sentido do ritmo(também adaptando para conceito de banda e roupagem mais moderna). seu violão é quase como um pandeiro com notas... ele chega a mutas vezes ditar o ritmo no violão sozinho, deixando mais espaço para os elementos ritmicos preencherem outras partes do ritmo...
um violonista fodástico que une essas duas escolas (ritmo e melodia) é o Claiton do Cordel do Fogo Encantado, ao mesmo tempo que ele tem muita importância no ritmo, ele consegue desenvolver um trabalho belíssimo e único na parte melódica...
Eu também tento algo assim, com a liberdade nos dada por Ben jor, o ineditismo de Joao, os ensinamentos de Dino e Baden e o ajustamento destes últimos contemporâneos (Djavan, Moska, Lenine e Claiton) me vejo assim, como este último, tento tanto fazer ritmo e melodia no meu violão (que chamo de viola por ser feminino e achar mais gostoso passar minha mão em algo feminino rs).
...mas talvez eu puxe um pouco mais para o ritmo do que o Claiton pois mutas vezes deixo a melodia com os vocais e gaita.
é isso, minha viola é fruto disso tudo e algo a mais...
ps. sei que deixei de falar e comentar vários outros, sei disso, mas vieram esses que já disse e... incluo mais o Milton Nascimento, Geraldo Azevedo, Gil e o Chico Cesar como fonte de referência para mim...
ps2. obrigado mestres!!!
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