terça-feira, agosto 07, 2012

sem passos

Eu não gosto de mim mesmo
eu não tenho tal apreço
eu nem finjo mais
o banho que tomo nem me conforta
é apenas escapatória
é tudo uma desilusão
nunca tardia
sempre vigora
alguns chamam de depressão
eu sei o que é
uma mancha de luz fria
levantada ao seu quase tocar
para correres em direção dos quereres
e esqueceres do penar
mas eu sei o fim desta história
o rabo do cão
não é tão suculento assim
me pergunto, se tenho essa certeza
o que ainda faço aqui
para que essa respiração
essas mãos suadas
compensar o quê?
a quem?
viver ainda é nadar
em vômitos quentes de terceiros
que estão mais interessadas
em tripudiar do que ajudar
eu mesmo, cínico,
quando vejo uma alma feliz e simplória
sapateio e rio
amaldiçoando em silêncio por corredores vazios
eu não presto
tenho meus motivos
eu não gosto de mim mesmo
ultimamente o que me atrai
são fogos de artifício
bem, não na verdade
foi só pra rimar
nada me atrai
um talvez, cisco de esperança
talvez um outro nadar...

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