de um bebê natimorto
oriundo das profecias de uma vaca
e pernas de uma cabra
que fora surrada e esquartejada
violentada por exércitos inteiros
eu sou a fúria que anda pela terra
e a cada passo
deixo uma pegada de sangue
eu sou ódio
eu sou fúria
eu sou fogo
o espaço entre dentes fechados
a lágrima dos órfãos
eu aceito a partir de agora meu caminho
se é escuro que me transborda
se é sem luz o que vejo
abraço de bom agrado
fodam-se os anjos
ou a idéia constituída deles
essas merdas loiras
vocifero aqui e agora
amo o escatológico
pau, buceta...
tudo que as pessoas tem nojo
é disso que falo
é disso que entendo
e é disso que terão de mim
o sorriso ficou pra trás
agora é porrete, bala e coice
uma mula desembestada no curral
que só pararão a tiros....
eu sei, isso é um engodo
mas todo homem tem o direito de se rebelar
de se sentir triste e lutar contra isso...
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