terça-feira, maio 09, 2006

171 sem o um

você me ignora
e não sabe como me machuca
eu deveria ter seguido meu caminho
não amar mais ninguém
porque ninguém é confiável
basta uma brecha eles te furam
e te devassam
te alargam e te comprimem
penoso porque disse a verdade
não escondi minhas mais maléficas intenções
culpado por esconder umas verdades
e não querer me expor mais
mas me entenda
todos já me maltrataram
já me apunhalaram pelas costas
até eu mesmo me traí
não vê que nesse fim de semana
eu te amei?
niguém vê nada disso
todos seguem seu caminho
esbarrando nos outros e os destruindo
eu não quero mais
encenar essa peça
esse ato acaba
eu em frangalhos
e culpado
acaba em ódio reprimido
e cancêr no estômago
acaba em não confiança nem nos amigos
esses Brutus vingativos
e eu que nasci uma flor
hoje só sou espinhos
foi o que aprendi aqui
odiar quem eu devo amar
ou acabar sendo odiado ou até ignorado
eu sei que prometi não ligar pro seu comportamento
mas não entendo
por que mesmo só eu não consigo falar contigo?
marcas de ver o mundo
e nem quer passar aqui?
logo aqui que tens tão porto-seguro?
que me esmero tanto em criar jardins pra você?
logo aqui que é aconchego?
o que nunca tive de ninguém?
e que te dou de bobeira?
me sinto traído, abandonado...
queria mesmo não ligar pra nada disso
nunca mais
ser extremo e sozinho
ser minha ilha e flutuar
mas as ilhas não flutuam idiota
mas eu não consigo fazer nada certo
só machucar quem não deve ser machucado
e só esperar consideração em momentos de terror no mundo
é nessas horas que me lembro de meu pé machucado
do meu peito em brasas
e do meu sangue fraco
é nessas horas que olho pra mim mesmo
que é o que me sobrou
e todo mundo já sabe: essa não é uma boa figura de olhar
tanto que nem você que gostava de mim
quer se prestar a isso
quer apenas continuar a me ignorar...
tudo bem eu deixo.
não posso fazer nada mesmo
espernear pra quê?
só ficaria mas ridículo não achas?
eu sim...

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