esta semana meu ato mais feliz foi o mais desesperado
foi sem esperança, rancoroso e desarmado
embaraçoso e até nauseante
hoje não me olho mais
tamanho desconforto
mas no dia
eu merecia
tudo de bom do vinho
e da vida
eu me desfiz em estilhaços
eu me despi em letras e tinta
eu me afugentei em uma carta
singela carta de amor
e adeus
um adeus de toda esperança
de todas as mudanças boas
de qualquer embrião de que eu seja diferente
e naquele papel, mais do que um sonho desfragmentado
estavam minhas vontades e eu mesmo indo selados
fundidos em dor, ódio e mágoa
resumidos em desespero
eu que não me aguento desses grandes gestos, dessas grandes piadas
eu que não me aguento mais
sem orgulho
e triste
por saber que não tem chance e
por estar rendido, rendido por fantasmas que não habitam esse plano
entregue...
e em um último ato de navegança,
me jogar contra o mar
pois é do cais que vem essa saudade do mar
pois, todo cais é uma saudade de pedra
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