quarta-feira, abril 12, 2006

negar comida ao esfomeado

calma bruno não vá se apaixonar
não ande mais esse caminho
o mundo continua do mesmo jeito
que você deixou há pouco tempo
todos eles prontos em regular a sua vida
te chamando no canto e te convidando para a patota deles
seria a melhor não?
é o que eles dizem
é o que dizem todos
mal se libertou já quer se enclausurar de novo
e quando vais arrumar tempo nessa sua vida
para ver o sol nascer?
pra sentir a chuva?
se tem sempre alguém esperando por você
quando você está sempre atrasado para algum encontro
com o seu destino
e sua única arma é dizer:
eu sou eu
eu sou livre
e meus pés só me levarão aonde eu quiser
desculpa a intransigência
desculpa a gentileza
desculpa malidiscencia
foi tudo um surto passageiro
eu escorreguei para a borda dessa armadilha
mas foi só para a borda?
e se eu fui envenenado e quiser morrer dessa morte de novo?
do jeito que a vida é irônica é bem capaz de eu morrer por iniciativa própria
quando nem quiser mais saber dessa minha eterna amante
a companheira de nós os senhores do seu mundo
os condutores de seu próprio destino
por que não há poder maior de decretar sua própria morte
na verdade, só há um, o de decretar como deve ser a sua vida
os momentos que estiveres acordado
e ao que vai se dedicar enquanto isso
por esses dias eu me dedico a um sonho musical
bem tangível
e a outro que mais tangível ainda tem virado um sonho
não!
chega!
bruno não se apaixone!
isso só fere as pessoas que você vem a gostar neste mundo
em que suas melhores intenções sempre acabam virando solidão desespero e culpa

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