sábado, março 18, 2006

certezas passageiras

não ser forte o suficiente
não ser indiferente
sentir o calor das suas ações
causando dano a quem te deu tanto

ser tudo, vilão e salvador
mocinha e cavalo
precisar de um afago
e ter de render até as mãos

ser forte e fraco
negar de comer a si mesmo
por um instante esquecer
o frio do inverno e seus prórios tormentos

me arrepender de não manter
essa bandeira levantada
liberdade ainda que tardias
nunca será alcançada

se a cada lágrima
ela me rouba a vontade
e onde estava vc minha gentil testemunha
miha cúmplice nesse ato vil
minha nada, que eu não sou nada seu

se passo de resolução ao cinismo
em menos de um passo
se ainda encontro prazer em te ter
nos meus braços

se ainda,
e de certa forma
(o que nunca me verá negando)
e ao que sou mui grato
eu te amo

mas sabe do que mais?
todos sabemos, isso é temporário
é só medo, aliás
é medo e escárnio

por mim mesmo
por te trazer um pouco
desse mal que habita em mim
que me faz oco

e que me faz querer renunciar
até de seus prazeres
e tristemente para seu júbilo
até de mim mesmo

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