segunda-feira, março 27, 2006

viva os poetas

é aqui que me dissolvo
pedra em sal por força d'água

me liberto invisível
do meu eterno ser cativo
um mal engendrado casulo
frio e úmido

cingir com trenas os mares
burlar frestas e mentes
aquecer sob o asfalto
liso em encostas íngremes

e num arroubo de intransigência
me jogar em frente ao foguete
e peitar Saturno
que esse mundo
não cabe mais em mim

assombrar sonhos
com saudades
parece ser
minha especialidade

partir, fugir, ir
é um começo infinito
uma ação, um movimento
respiração para manter-se vivo
é igual
e sempre será
a continuar escrevendo
e continuar
e continuar...

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