sexta-feira, setembro 08, 2006

nunca Papillon

caralho. que preciso dizer mais uma vez: solidão! não conseguir dormir de noite já é comum, agora espasmos de cochilos de vinte minutos e já acordo restabelecido? não, nunca, meu corpo paga por essa miséria das areias do sandman, o deus dos sonhos.eu reclamo, me dá mais, eu quero, eu quero. e como ver todo o resto se de cara já começa errado o meu dia? queria acordar e andar de trave a trave, de um lado ao outro do campo com a certeza de marcar o gol. de acordar daqui a algumas horas e levantar rumo ao seu encontro e ter um pouco de carinho, da nossa troca fundamental como seres vivos. mas não, e é aqui que tudo se quebra. é aqui o segredo do meu não dormir, não viver até... não engano meu corpo, não consigo mentir em minha mente, não esqueço que isso não vai acontecer. eu não vou ver mais você, eu não vou te beijar ou sentir um toque dos seus pés ou da sua mão. se ontem já era silêncio e decepção; hoje é menos ainda, não é nem a presença física.
que belo prólogo para um aniversário, o meu está chegando. e hoje faz exatamente cinco meses, não que eu esteja contando, que isso tudo começou...
que belos termos e dados. meu ibope acusa meu estado. 90% descrente. e a previsão do tempo não muda: gotas e mais gotas de chuva bombardeando a avenida, puxando carros e cegos perdidos ao mar. sabe, nós todos temos contas pra pagar. com a vida e tudo mais... todos temos de nos limpar de alguma forma
espero a minha redenção que sei não vem de você, por que você partiu há muito tempo atrás e não viu nem meus braços levantados te dando ciao. ou depois meu caminho de volta abalado e triste pra casa. a casa é minha, eu é que não moro mais nela, eu é que não sou mais o mesmo. eu é que não suporto mais me ver no espelho.
sabe, quando as larvas entram no casulo elas não sabem que virarão borboletas, elas se despedem de tudo que lhe é mais sagrado esperando um fim, o seu próprio!
e eu sei, eu não serei nunca como o Papillon! terminam aqui, nas mágoas, as minhas forças.

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