terça-feira, setembro 05, 2006

vaselina

liberar podridões madrugada a dentro
por medo de morrer sozinho e esquecido
segurar varões e vontades
ímpetos de tragédia
por sonhos não vividos
ser triste e feliz
usar máscaras a cada dia
rodopiar mais que planeta
e cair em centuriões já navegados
se sentir pela enésima vez só
eu devia arrumar um amigo japonês
ele haveria de estar acordado a esta hora
eu que não consigo dormir
com medo de aproximar mais rapidamente o próximo dia
eu que não consigo viver
estancado em carinhos negados e criadores de apatia
eu que me atenho ao céu
a terra
até ao capitão planeta
me salve disso por favor que já não aguento mais
não me prendo mais em nada
são todas algemas de algodão doce
e meu corpo e feições: vaselina

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